Durante conversa com Tiago Abravanel, na área externa do BBB 2022, Linn da Quebrada comentou sobre sua relação com a mãe, dona Lilian. Na ocasião, a atriz e cantora que se define como travesti, explicou como a mãe lidou com sua transição de gênero.
“No início foi bem difícil, porque ela tinha a ideia da travesti de onde vivem, do que se alimentam, do perigo, com medo do que o mundo podia me fazer”, contou a artista. “Ela usava o medo pra que eu desistisse de ser: ir morar com meu pai, me expulsar de casa, ela chorou muito, dizia que era uma fase, que ia passar. E isso não só pra ela, mas o restante do contexto. E eu ficava com culpa”, acrescentou.
Na sequência, Linn disse que, após ela se mudar para São Paulo, arrumar um emprego e se estabilizar, sua mãe teve outra percepção das travestis.
“Quando saí de casa, fui morar em São Paulo. E quando consigo trabalhar e me sustentar, isso vira uma surpresa pra ela. Ela tinha outra ideia do que poderia acontecer e ela me olha com curiosidade, de que é possível. ‘Minha filha é artista’. Antes de me ver como qualquer outra coisa, ela me via como uma artista”, contou a famosa.
Diferença de travesti e trans
Em outro bate-papo, desta vez com Naiara Azevedo, Linn da Quebrada explicou sobre a diferença entre travesti e trans. O assunto surgiu após uma dúvida da cantora sertaneja.
“Essa é uma pergunta complexa, sabia? Ao meu ver, tem mais aproximações do que diferenças. A travesti é uma identidade latino-americana brasileira. A travesti é uma coisa brasileira mesmo. Quando eu penso nas diferença entre travestis e mulheres trans, uma está no local social e político mais marginalizado”, iniciou Linn da Quebrada.
Em seguida, a artista comentou que a travesti está neste local mais marginalizado e prosseguiu com sua explicação:
“E a trans, a transgeneridade, nasce quase de um olhar médico sobre os nossos corpos. Isso é como nasce, não necessariamente como está, como foi denominado a partir desse olhar médico. Nasce deste lugar. Mas isso também foi se transformando durante os anos, quando as pessoas tomam pra si e constroem sentidos, pra essa identidade.”, finalizou ela.