Anastasia Biefang, primeira militar trans alemã, foi julgada devido ao seu perfil numa app de namoro

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Militares alemães consideraram que o perfil do Tinder de Anastasia Biefang, a primeira militar trans alemã, era uma violação do dever de militares se comportarem “corretamente” fora do serviço. A oficial foi então forçada a defender-se em tribunal e perdeu.

Anastasia Biefang foi disciplinada de acordo com a Bundeswehr (Forças Armadas Alemãs) e o Tribunal Administrativo Federal por o seu perfil violar o “dever extraordinário de boa conduta” fora de serviço, dado que este foi considerado “lascivo“.

De notar que isto aconteceu apesar na inexistência de processos contra homens heterossexuais e cisgénero que publicam regularmente conteúdo muito mais explícito que o deste caso, o que levanta questões sobre transfobia e misoginia da decisão.

No seu perfil podia ser lido que a militar procurava um “relacionamento espontâneo, lascivo, trans* e aberto à procura de sexo” e onde “todos os géneros são bem-vindos.”

Achamos que uma comandante também deve escolher as suas palavras na Internet“, disse o juiz presidente no veredicto. “Formulações que levantam dúvidas sobre a integridade da pessoa devem ser evitadas.”

Também foi afirmado que o perfil de Biefang no aplicativo teve um efeito negativo na boa reputação da Bundeswehr em público, mas tal não foi aprovado pelo tribunal administrativo.

Eu não vivi a minha sexualidade no quartel, não vivi durante o meu horário de trabalho ou quando viajei de uniforme.

Para Biefang, no entanto, o veredicto não é apenas pessoalmente decepcionante e prejudicial, mas também digno de discussão: “Aparentemente, falar sobre sexualidade é errado e esse é o ponto que me surpreende neste julgamento. O Tribunal Administrativo Federal estipulou que posso viver assim, mas não posso falar sobre isso, nem ninguém pode descobri-lo.

A moralidade por detrás de uma decisão

A moralidade deste julgamento, além de ter criado uma discussão sobre a liberdade na Alemanha, foi igualmente criticada por pessoas da área da política alemã com a presidente do Comité de Defesa, Marie-Agnes Strack-Zimmermann (FDP) a declarar que “não vivemos em 1955. Privado é privado e serviço é serviço.” Os Verdes também apelidaram a decisão do tribunal como sendo “lamentável“.

Esqrever


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