O que é bifobia? Entenda o preconceito sofrido por Lucas no BBB21

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Termo entrou para os assuntos mais debatidos nas redes sociais após participante do reality show se assumir como bissexual e deixar o programa.

Este domingo (7) começou agitado no Big Brother Brasil 2021. Durante a festa que aconteceu nesta madrugada, os participantes Lucas Penteado e Gilberto Nogueira protagonizaram o primeiro beijo entre dois homens da história do reality show. O momento também marcou a decisão de Lucas, de 24 anos, de se assumir publicamente como bissexual.

Mas o que era para ser um alívio virou (mais um) motivo de discórdia no programa. Alguns participantes acusaram Lucas de beijar Gil apenas como parte de uma performance para agradar o público. “Eu não quero ser palco para sua performance. Enquanto você não fizer de verdade, eu não serei palco da sua palestra”, disse a psicóloga Lumena, que é lésbica, a Penteado. O artista, que já vinha se desentendendo com os demais moradores da casa, decidiu sair do reality nesta manhã.

Nas redes sociais, uma das principais discussões sobre a última noite foi o fato de Lucas ter sido alvo de bifobia quando os outros decidiram questionar e deslegitimar sua orientação sexual. O termo se refere à discrminação contra pessoas que se identificam como bissexuais, ou seja, aqueles que se relacionam afetiva ou sexualmente com individíduos de mais de um gênero.

Em 2016, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos divulgou que 5,5% das mulheres e 2% dos homens do país se identificaram como bissexuais em uma pesquisa. Esses números são maiores do que os de pessoas que disseram ser “homossexuais, gays ou lésbicas”, que responderam por 1,3% das mulheres e 1,9% dos homens entrevistados.

No Brasil, não há dados oficiais de abrangência nacional, mas um estudo da ONG Livres & Iguais e do Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual (IBDSEX) divulgado em 2020 dá uma ideia da demografia da população LGBTI+ por aqui. Segundo o relatório Ensaios sobre o Perfil da Comunidade LGBTI+, que entrevistou 8.918 brasileiros, 17,6% declararam ser bissexuais. Entre homens (considerando pessoas cis e trans), a porcentagem de bissexuais identificada na pesquisa é de 10,7%; e entre mulheres (levando em conta as cis, trans e travestis), o índice dessa orientação sexual mostrou ser de 39,5%.

 

Lucas Penteado e Gilberto Nogueira protagonizaram o primeiro beijo entre dois homens do BBB (Foto: Reprodução/Globo)
Lucas Penteado e Gilberto Nogueira protagonizaram o primeiro beijo entre dois homens do BBB (Foto: Reprodução/Globo)
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Mas, mesmo assim, bissexuais são alvos de preconceitos em diversos âmbitos. Segundo a ONG Livres & Iguais, “estereótipos negativos sobre pessoas bissexuais incluem mitos de que estariam ‘querendo chamar atenção’ ou ‘apenas experimentando’ e de que seriam ‘imorais’ ou ‘instáveis”’. A entidade aponta que a negação do fato que a bissexualidade existe, tornando-a invisível, somada a políticas e serviços que não atendem às necessidades específicas de pessoas bissexuais, também são formas de discriminação. “A bifobia afeta a habilidade das pessoas de reportarem abusos e de acessarem serviços, além da possibilidade de buscarem a proteção internacional do refúgio”, observa a ONG em um documento.

Pessoas bissexuais também estão sob maior risco de sofrer violência em relação à população em geral — e as mulheres bi são as mais ameaçadas. De acordo com a Livres & Iguais, quase uma a cada duas mulheres bissexuais nos Estados Unidos relatou já haver sofrido estupro, o que é três vezes mais do que a média para mulheres lésbicas e heterossexuais.

E não para por aí: 75% das mulheres bissexuais reportaram já ter enfrentado outras formas de violência sexual. “Mulheres bissexuais têm duas vezes mais chance do que mulheres heterossexuais de sofrerem estupro, violência física e/ou perseguição por parte de um parceiro íntimo”, reporta a ONG.

A parte que lhe cabe

Como atitudes para enfrentar esse tipo de preconceito, a entidade sugere medidas que podem ser tomadas por governantes, pela mídia e por cada indivíduo. Veja a seguir o que você pode fazer para combater a bifobia:

1. Eduque-se sobre as experiências de pessoas bissexuais, suas questões e preocupações.

2. Assegure-se de que você e as pessoas ao seu redor tenham tolerância zero para linguagem bifóbica, mitos e estereótipos negativos.

3. Não se cale e reporte violência e discriminação contra pessoas bissexuais.

4. Respeite a privacidade das outras pessoas e não faça suposições acerca da orientação sexual de cada um.

Revista Galisteu


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