Cuidados ginecológicos para pessoas LGBTQIA +

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Mulheres que fazem sexo com mulheres realizam menos consultas ginecológicas. Veja a importância dos cuidados em ginecologia para população LGBTQIA+.

Pesquisa recente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) aponta que 76% das mulheres (independentemente de sua sexualidade) realizam consultas ginecológicas anualmente. Mas há um fato curioso: o índice cai para 47% quando falamos das mulheres que fazem sexo com mulheres (MSM), de acordo com o relatório Atenção Integral à Saúde das Mulheres Lésbicas e Bissexuais, do Ministério da Saúde (MS). 

A ginecologista dra. Marair Sartori, membro da Comissão Nacional Especializada em Uroginecologia e Cirurgia Vaginal da Febrasgo, reforça que a rotina ginecológica das MSM não deve ser diferente da preconizada para mulheres heterossexuais. “Exames preventivos, como mamografia e o papanicolaou (principal método de detecção e prevenção do câncer de colo do útero) devem ser realizados de acordo com as diretrizes de saúde.” Ultrassom da pelve, rastreamento infeccioso de doenças como herpes, HIV e sífilis também devem fazer parte da rotina.

No Brasil, o Ministério da Saúde sugere que o papanicolau – um dos exames mais comuns e importantes – seja repetido um ano depois do primeiro exame. Se os resultados forem normais, o intervalo deverá passar a ser de 3 anos.

Já a mamografia é recomendada para todas as mulheres com idade entre 50 e 69 anos, com intervalos máximos de 2 anos visando a detecção precoce do câncer de mama.

O profissional de ginecologia deve atentar às práticas sexuais e/ou exercício de sexualidades adotadas por suas pacientes, independentemente de serem heterossexuais, homossexuais, bissexuais, assexuais ou homens trans. Os exames ginecológicos devem ser discutidos com a paciente, escolhendo juntos o melhor método. Mulheres que já iniciaram atividade sexual devem ser examinadas, com coleta periódica do papanicolaou, por exemplo.

A grande questão por trás disso, é que muitas pacientes não se sentem confortáveis em relevar ao médico ginecologista sua orientação sexual, porque muitos especialistas não dão a devida atenção ou reagem negativamente. Isso ocorre porque a maioria das faculdades de medicina do país não prepara os profissionais de saúde para nada que não seja hetreonormativo. 

Dra. Marair explica que ainda assim, muitos exames podem ser ajustados de acordo com as práticas sexuais das pacientes – como a presença ou ausência de penetração durante a relação sexual. 

“O uso de cotonetes para coleta do exame papanicolaou não é adequado, já que não permite visualizar o colo do útero e a paciente deve ser informada sobre isso. Há opção de espéculos menores, uso de lubrificantes e delicadeza para que o exame seja confortável e permita adequada análise da vagina e do colo do útero. O toque vaginal deve ser feito cuidadosamente, com apenas um dedo caso a paciente fique mais confortável. Obviamente, esses cuidados devem ser sempre adotados com todas as mulheres.”

As ISTs podem surgir pela ação de vírus, bactérias ou protozoários – caso da sífilis, gonorreia, HIV, HPV, hepatites, herpes, tricomonas. A falsa crença de que mulheres lésbicas, bissexuais e homens trans estão menos propensas às ISTs prejudica a prevenção de saúde dessas pessoas. O contágio pode ocorrer por contato entre mucosa oral ou vaginal. O uso de acessórios compartilhados também é responsável pela transmissão de agentes infecciosos. 

“A orientação heteronormativa do profissional de saúde pode ser um grande obstáculo para a adequada assistência de saúde, ao ignorar práticas sexuais e falhar na orientação quanto à prevenção de ISTs. A transmissão entre o casal pode ocorrer por penetração vaginal, sexo oral, contato com sangue ou uso de acessórios sexuais. Portanto, independentemente do sexo do parceiro, os riscos de ISTs são reais.”

A especialista completa ainda que o uso compartilhado de acessórios sem higienização adequada, o sexo oral ou a prática sexual vagina com vagina também podem alterar a flora vaginal, causando vaginose bacteriana. “Não se trata de uma IST, porém, pode facilitar a entrada de outros agentes causadores de ISTs.” 

Matéria completa aqui Dr. Drauzio Varella


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