Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, 30, pelo Grupo Gay da Bahia aponta que pelo menos 81 homossexuais foram assassinados no Brasil no ano passado. O número representa a metade dos assassinatos de 2004 (158), mas o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB, explicou que esse redução estatística não significa que os crimes \’homofóbicos\’ diminuíram no Brasil.
\’Tal redução se deveu à suspensão do clipping semanal sobre homicídios (coletado em jornais de todo o País) pela falta de financiamento\’, informou. Isso significa que muitos homicídios de homossexuais não chegaram ao conhecimento do GGB.
O GBD é mais antiga instituição do gênero considerada de utilidade pública no País. A pesquisa vem sendo feita pelo grupo desde 1980 e até o ano passado levantou um total de 2.511 homossexuais mortos no Brasil com características \’homofóbicas\’, ou seja nos quais o ódio se manifesta por várias facadas, tiros, tortura e a manifestação explícita do assassino como a frase \’matei porque odeio gay!\’.
Os estados de São Paulo (média de 21 casos por ano) e Pernambuco (16 mortes/ano) lideram os crimes e nem 10% dos assassinos foram identificados, o que para o GGB colabora com \’a impunidade, a omissão e mutismo dos vizinhos e testemunhas, antipáticos aos gays\’. Não há informação sobre crimes \’homofóbicos\’ em sete Estados, o que reforça a tese de que o número real destes homicídios deve ser o dobro do apresentado na pesquisa.
Educação
Conforme Mott \’essa tragédia tem solução, através da educação sexual científica em todos os níveis escolares, ensinado desde o pré-primário o respeito aos direitos humanos dos homossexuais\’. Ele propõe também uma legislação que puna os crimes sexuais com o mesmo alcance que o racismo, maior rigor da polícia e da Justiça na investigação e punição dos criminosos, e maior consciência da população de gays e simpatizantes.
AgÊncia Estado