Lea T. diz que tem medo da LGBTfobia: “Quero morrer dando amor”

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A modelo discursa que as pessoas têm de continuar a levantar a bandeira do amor para enfrentar a frequência do ódio em nossa sociedade.

O Brasil é o país que mais mata gays, lésbicas e transexuais no mundo e, somente em 2017, o país registrou 445 casos de assassinatos segundo um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia. Lea T. diz que também tem medo de fazer parte desta estatística, mas acredita que o melhor caminho para combater a violência desenfreada seja oferecer amor.

“Todos nós temos medo. Você sente uma energia tensa nas ruas. Tenho medo de ser machucada, de fazerem o mesmo com os meus familiares ou com os meus amigos. É uma frequência do ódio que se manifesta no sangue e na pele. Só temos de ter fé e não perder noss princípio que sempre foi o amor. Vamos morrer amando, não brigando. Temos de levantar a bandeira do amor. Se eles não conhecem isso, nós podemos ensinar. Cada um oferece o que tem. Quero morrer dando amor. É difícil. A gente é forte”, discursa.

A modelo transexual não ofereceu apoio ao novo governo durante as eleições, mas prevê que ele tenha muito trabalho nos próximos quatro anos para mudar essa realidade.

“Existe uma repercussão extremamente negativa para a nossa comunidade, mas quantas pessoas têm de morrer para isso parar de acontecer? A gente vai ter de tomar muito cuidado e evitar qualquer tipo de briga de ódio. É o que tem acontecido. Eu sou a favor do amor e da paz. Sei que é difícil, mas meninos e meninas morrem por intolerância. Vai ser um trabalho muito delicado a ser feito, mais do que há 9 anos quando cheguei neste grupo. Já era difícil, mas parece que houve uma regressão. Vamos tentar salvar o que foi construído. Isso tem de ser feito com muita sabedoria”, salienta.

Lea espera que o futuro seja melhor que o presente também para oferecer algo bonito para seu futuro filho. Sim, ela sonha em ser mãe, mas confessa que não se sente preparada neste momento para dar este passo.

“Tenho muita vontade de ajudar uma criança, mas não sei se ainda estou pronta. É uma vontade latente. Acho que essas coisas chegam se tiverem que chegar.”

Lea T (Foto: Reprodução/Instagram)

Carreira

Hoje, aos 36 anos, ela não pensa em se aposentar apesar de não ser uma idade comum às modelos. Lea brinca que é uma vovó das passarelas e, apesar dos trabalhos diminuírem, diz que a imagem da mulher no mundo fashion tem mudado muito.

“Agora não necessariamente precisa ter 15 anos, nascido mulher ou loira de olhos azuis. Existe um trabalho de ampliação. Agora a moda encara a todos de maneira mais democrática. Temos mulheres de 40 anos que trabalham muito, então está mudando aquele conceito. Quando a as meninas se empoderam, não há muro que as barre”, pontua.

A filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo também lembra que a ideia da modelo esquálida está mudando e admite que ela mesma está completamente fora dos padrões exigidos para as passarelas.

“Por mais que as pessoas achem que sempre fui magrinha, todas as minhas medidas são erradas e incompatíveis com relação às modelos. Nunca fiz questão de tê-las. Antes eu me vigiava muito, já que é minha profissão, mas eu continuo achando que se você tem uma personalidade forte, não são dois centímetros que vão mudar isso. Quando a menina tem um potencial, um discurso, ela supera o fato de ser fora das medidas padrões porque a marca a quer por levantar uma bandeira, comunicar algo. A empresa quer uma representante de sua própria causa”, explica.

 

Revista Marie Claire


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