Pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra resistência de moradores da capital à convivência íntima de casais do mesmo sexo.
Quatro em cada dez paulistanos são contrários a demonstrações de afeto, como beijos e abraços, entre homossexuais em locais públicos. Uma pesquisa inédita da Rede Nossa São Paulo, lançada nesta terça-feira, mostra que quando o assunto é convivência íntima com casais do mesmo sexo, os moradores da capital paulista ainda apresentam resistência.
A conclusão do levantamento é que o paulistano é mais favorável às questões ligadas aos LGBTs quando elas acontecem “longe”. Somente 22% dos moradores de São Paulo apoiam que pessoas do mesmo sexo demonstrem afeto, como beijos e abraços, em locais públicos. Já 43% são contrários e 30% não são a favor nem contra.
O resultado é semelhante à demonstração de afeto na frente de familiares: 38% dos entrevistados rejeitam e 23% se declaram a favor.
O estudo “Viver em São Paulo”, com foco em diversidade sexual, revela ainda que são nos espaços e no transporte públicos que os paulistanos mais afirmam ter vivido ou presenciado casos de preconceito de gênero ou orientação sexual. Em espaços públicos, 51% relataram já ter visto ou vivido situações de homofobia — já no transporte público, 46%.
Segundo o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão, não havia dados em relação à temática LGBT especificamente na cidade de São Paulo. Com o estudo, será possível criar ano a ano uma série histórica sobre a relação do paulistano com a população homossexual. Abrahão diz que a pesquisa aponta para uma “relativa hostilidade” da cidade aos LGBTs. Ele destaca as situações de preconceito no transporte público.