Organização All Out iluminou o Congresso Nacional e no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos com frase como “somos LGBT%2b e vamos resistir”.
A organização internacional All Out, que luta pela igualdade de direitos à população LGBT, realizou projeções em prédios da Esplanada dos Ministérios na noite desta quarta-feira (2/1). Trata-se de mensagens de apoio à comunidade e pressão ao Governo Federal, dizendo “somos LGBT+ e vamos resistir”.
A iluminação foi feita em três pontos: na via S1, em parede ao lado da Catedral Metropolitana; no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos; e no Congresso Nacional, onde a frase estampou o maior prédio da Esplanada dos Ministérios por 10 minutos.
A gerente de campanhas da organização, Ana Andrade, conta que a ação tinha outro objetivo além de mostrar ao governo que a comunidade LGBT está “acompanhando o governo”. “A gente queria passar uma mensagem de esperança para a comunidade, que estamos aqui para ajudar o movimento a conquistar direitos iguais e não retroceder, perder os direitos conquistados nos últimos anos”, disse.
A campanha foi encerrada após duas horas de projeção, quando, do estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), o grupo realizava a ação no prédio do Congresso Nacional e foi abordada pela Polícia Legislativa. “Eles foram respeitosos, não houve confusão. Como era um protesto pacífico, achamos melhor sair de lá sem discutir com os policiais. O trabalho já havia sido feito”, relatou Ana.
Logística
Para realizar a campanha, a organização All Out fez um financiamento coletivo com duração de 10 dias, com término em 31/12. Conseguiram aproximadamente R$ 8 mil, mas, como a meta era de R$ 13 mil, a Ong teve de liberar dinheiro do caixa para realizar a ação.
“Escolhemos o primeiro dia de trabalho do governo porque, por mais que a gente saiba que determinadas políticas públicas não estão de acordo com a classe que defendemos, entendemos que devemos fazer ações pacíficas. Isso não seria possível no dia da posse, que era um dia de festa aos eleitores dele (Jair Bolsonaro)”, destaca.
O dinheiro foi usado para contratar empresas que realizaram a projeção, fizeram fotografias e alugaram carro para fazer o transporte do equipamento, com um gerador de energia.
“Não haverá abandono de auxílio”
Nesta quinta-feira (3/1), o presidente Jair Bolsonaro disse, pelas redes sociais, que “não haverá abandono de auxílio a qualquer indíviuo nas diretrizes de Direitos Humanos”. A publicação vem depois do chefe do Executivo assinar a Medida Provisória de nº 870/19, que não menciona a população LGBT nas lista de políticas e diretrizes destinadas à promoção dos direitos humanos.
O texto da MP destaca categorias que estariam sob competência do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. “Mulher; família; criança e adolescente; juventude; idoso; pessoa com deficiência; população negra; minorias énicas e sociais; e índios” são os grupos lembrados.
A ministra Damares Alves, entretanto, afirmou, durante cerimônia de transmissão do cargo, que a população LGBT será atendida pela pasta, como uma das atribuições da Secretaria Nacional de Proteção Global, uma das oito que compõem a pasta.
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