Terapia hormonal para pessoas trans: como funciona e quanto custa

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Nos últimos anos, as palavras “transexual”, “transgênero” e “trans” passaram a ganhar mais visibilidade no Brasil. Um dos principais motivos que trouxe a transexualidade à pauta no país foi o aumento de representatividade política em diferentes regiões e o destaque de artistas que levantam essa bandeira, como Linn da Quebrada, Liniker e Majur.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Banco Mundial em 2020, cerca de 1,9% da população brasileira é transgênero, representando 4 milhões em 212,6 milhões de pessoas. Além de buscarem por respeito e igualdade para frear os casos de discriminação e violência, pessoas trans também almejam acesso e mais informações ao processo de transição de gênero.

Um dos métodos utilizados para auxiliar nessa etapa é a terapia hormonal com medicamentos especiais. No entanto, ao decidirem optar pelo tratamento, muitas dúvidas passam pela cabeça de pessoas trans. São questionamentos sobre como será essa terapia, os valores que devem ser reservados, tempo necessário de tratamento e resultados esperados.

Informação e acolhimento durante o processo de transição de gênero são essenciais para garantir mais bem-estar e saúde às pessoas trans.

O que é a hormonoterapia para pessoas trans?

A terapia hormonal é um tratamento seguido por muitas pessoas trans que desejam realizar a transição de gênero por meio do uso de hormônios, sejam eles masculinos ou femininos.

O principal objetivo é realizar modificações no corpo, a fim de deixar as pessoas transexuais mais à vontade consigo mesmas. Um estudo publicado na revista americana The Journal of the American Medical Association concluiu que processos de afirmação de gênero, como terapias hormonais e intervenções médicas, estão associados a menores riscos de depressão e suicídio em pessoas trans.

O resultado da pesquisa reforça a ideia de que medidas como a hormonoterapia podem auxiliar na qualidade de vida e no bem-estar físico, mental e psicológico.

Como funciona a terapia hormonal?

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a terapia hormonal é feita com hormônios produzidos de forma natural no organismo masculino e feminino.

O órgão explica que a mulher transexual, por exemplo, faz tratamento com estradiol, principal hormônio feminino, e com bloqueadores de produção de testosterona endógena masculina. Já os homens transexuais fazem terapia hormonal com aplicação de testosterona, podendo ser injetável ou tópica em gel.

Esse processo de hormonoterapia faz com que os homens trans tenham crescimento de pelos mais grossos no corpo e voz mais grave; nas mulheres trans, a gordura corporal fica mais distribuída pelos quadris após o tratamento.

Atualmente, existem diferentes tipos de medicações capazes de promover o objetivo da terapia. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), estradiol, ciproterona e cipionato de testosterona são alguns dos medicamentos que podem auxiliar as pessoas trans. No entanto, cabe ressaltar que todo o processo de terapia hormonal deve ser feito sob orientação médica. Após realizar exames e avaliações, o profissional saberá indicar os medicamentos mais adequados para cada paciente.

Ainda conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, realizar altas dosagens de hormônios sem acompanhamento médico pode aumentar o risco de efeitos colaterais, sem garantir mais feminização ou masculinização. Com orientação médica, o processo de terapia hormonal é seguro e pode apresentar taxas de sucesso elevadas.

A terapia é acessível ou não?

No ano de 2020, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reduziu de 18 para 16 anos a idade mínima para iniciar a hormonoterapia. Entretanto, na portaria do Ministério da Saúde, esse processo se mantém restrito às pessoas acima dos 18 anos de idade.

Na rede particular, começar o tratamento pode custar entre R$ 450 e R$ 5 mil por mês. No entanto, há também a possibilidade de buscar por essa terapia no Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a Associação de Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Processo de Transexualizador foi instituído no SUS em 2008 e oferece procedimentos, cirurgias e terapias hormonais. Durante a hormonoterapia, o SUS fornece aos pacientes acompanhamento multiprofissional, com endocrinologistas, psiquiatras e psicólogos.

A Antra explica que para ter acesso a esses serviços é preciso solicitar um encaminhamento na unidade de saúde mais próxima da residência. As filas podem demorar mais de 10 anos para casos de redesignação sexual.

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