Polícia investiga ataque homofóbico violento em Madrid

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Oito homens encapuçados e armados com facas invadem a casa de um jovem homossexual de 20 anos, dois meses depois da morte de Samuel Luiz na cidade A Coruña.

A polícia espanhola está a investigar um ataque homofóbico levado a cabo, em Madrid, por oito homens que invadiram a propriedade de um jovem homossexual de 20 anos. O ataque aconteceu no bairro central Malasaña, na capital espanhola, onde os agressores prenderam a vítima e gravaram, com uma faca, a palavra “paneleiro” numa das suas nádegas.

O ataque segue-se a uma outra ocorrência no norte de Espanha. Samuel Luiz, jovem homossexual de 24 anos, foi espancado até à morte na cidade de La Coruña quando saía com amigos. O crime, que aconteceu há dois meses, levou a uma onda de protestos e marchas em Espanha, em que a comunidade LGBTI exigiu ação por parte das autoridades no combate ao crime e ao discurso de ódio.

Um porta-voz da Polícia Nacional afirmou que as investigações do ataque de Madrid, que sucedeu às 17h15 de domingo, continuam. “A vítima de 20 anos estava a entrar em casa quando oito pessoas – cujos rostos estavam cobertos com capuzes e chapéus – conseguiram forçar a entrada”, revelaram as autoridades policiais.

“Insultaram-no, ameaçaram-no com uma faca e cortaram-no no lábio inferior e nas nádegas.”. O porta-voz da polícia acrescentou: “A investigação está a concentrar-se em imagens de CFTV e em encontrar testemunhas para identificar os supostos agressores”.

Em Maio deste ano já tinham sido registados 76 ataques homofóbicos, na Catalunha, pelo Observatório Contra a Homofobia (OCH). Nesse mesmo mês, o OCH reportou um ataque em que a vítima teve de sofrer uma cirurgia facial após ela e os seus amigos terem sido atacados numa praia.

O ataque de Madrid foi condenado por políticos de todos os partidos. Pedro Sánchez, primeiro-ministro, declarou, na rede social Twitter, que não iria aceitar este tipo de ódio e que vai continuar a trabalhar “por um país aberto e diversificado, onde ninguém tem medo de ser quem é e no qual todos podem viver em segurança e liberdade.”

Esta sexta-feira haverá uma reunião urgente da comissão dos crimes de ódio, que deverá ser presidida por Sánchez, enquanto manifestações foram convocadas para o dia seguinte em Madrid.

O partido Vox já se opôs a declarações institucionais de apoio aos direitos LGBTI em Madrid, Catalunha e Valência, e criticou a decisão de hastear a bandeira do arco-íris na Câmara Municipal de Madrid durante as celebrações do Orgulho.

Em junho, também o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, apresentou uma lei que proibia qualquer conteúdo visual alusivo à comunidade LGBTI nas escolas e nas séries televisivas, classificando a homossexualidade como pedofilia. O país não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não autoriza, desde 2020, a adopção de crianças por casais homossexuais e não permite a mudança de sexo.

Rocío Monasterio, líder do Vox no parlamento regional de Madrid, afirmou que o partido também condena o “suposto ataque” e insistiu que ninguém deveria ser agredido por causa de sua orientação sexual.

Em Portugal, militantes do CHEGA também foram acusados de agressão contra um cidadão homossexual, em Viseu, que se encontrava num café junto à sede do partido.

Um estudo publicado no ano passado pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia constatou que 41% dos entrevistados em Espanha sofreram algum tipo de assédio por serem LGBTI nos 12 meses anteriores. Também relatou que 32% dos entrevistados no país evitam frequentemente ou sempre certos locais por medo de serem agredidos, ameaçados ou assediados devido à respectiva orientação sexual.

Expresso.Pt


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