Pequenos negócios com selo LGBT+ terão treinamento e ponte com grandes empresas

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“Lutamos para mostrar que investir em diversidade é rentável e pode atrair vendas”, diz Ricardo Gomes, criador do projeto da Câmara de Comércio e Turismo LGBT.

Mariangela Castro*, do CNN Brasil Business*

Micro, pequenas e médias empresas com mais de 51% de pessoas da comunidade LGBT+ em seu capital societário poderão receber treinamento, mentoria e ajuda para se conectar com grandes companhias.

Para isso, devem se cadastrar no Programa de Fornecedores Diversos, lançado no fim de março pela Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil. A inscrição é gratuita.

A iniciativa busca aproximar fornecedores LGBT de grandes empresas, como Downy, Corteva e Johnson & Johnson, que já estão na fila para acessar a base de dados do programa.

A Câmara de Comércio e Turismo LGBT vai analisar as candidatas e certificá-las com selo LGBT+, caso seja comprovado que a maior parte do grupo societário pertence à comunidade.

Após este processo, também serão oferecidos programas de treinamento e mentoria para que esses pequenos fornecedores possam cumprir a demanda das grandes corporações contratantes.

Vale ressaltar que, para conseguir o selo LGBT+, os membros societários não devem apenas emitir uma auto-declaração. Há também um protocolo de comprovação feito pela organização, que inclui entrevistas, análise de documentos que declarem união afetiva ou mesmo histórico de conversas de antigos relacionamentos.

Até o momento, 119 empresas já se candidataram para receber o selo. Para 2021, a meta é cadastrar 120 empresas com o selo LGBT e 30 corporações como compradores.

De acordo com Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e criador do projeto no país, as grandes corporações poderão acessar o cadastro dos fornecedores a partir da última semana de abril.

Demanda de grandes empresas

A demanda pela iniciativa em território brasileiro vem de grandes corporações que já trabalham com a agenda de diversidade, mas não tinham acesso a pequenos fornecedores que cumpriam seus requisitos.

“Uma empresa não pode perguntar a respeito da sexualidade dos societários durante uma contratação. É preciso que a Câmara ou outra entidade pública emita este selo”, explica Gomes.

“A diversidade pode ser uma mola propulsora de negócio. Quanto mais diversa é uma empresa, melhor ela se posiciona no mercado. Lutamos para mostrar que investir em diversidade é rentável e pode atrair muito valor e vendas às corporações”, diz.

Gomes ressalta que, do ponto de vista mercadológico, o cenário brasileiro é positivo para a comunidade LGBT+. Hoje, o Brasil ocupa o 28° lugar para turismo LGBT e 14ª posição em termos de leis que favorecem a comunidade.

O presidente da Câmara ressalta ainda que grande parte da comunidade LGBT começa a empreender por necessidade, não por vontade. Para ele, o empreendedorismo vem após membros desta comunidade não encontrarem espaço de crescimento em empresas nas quais já trabalharam. “Pessoas com potenciais incríveis são impedidas de assumir cargos de chefia por puro preconceito, isso prejudica toda a população”, diz.

Inspiração vem de outros países

A iniciativa foi inspirada em programas já existentes em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, 300 empresas já realizaram contratações através de projeto similar e 2 mil micro, pequenas e médias empresas já foram certificadas com o selo LGBT+.

“A câmara estadunidense foi a nossa madrinha durante a criação do programa. A demanda veio inclusive de muitas empresas norte-americanas que realizavam eventos no Brasil e queriam contratar fornecedores LGBT+. Para isso, porém, precisavam de uma certificação pública”, explica Gomes.

Além dos Estados Unidos, países da América Latina, como México, Uruguai, Colômbia e Argentina, também têm programas semelhantes.

Programas de treinamento e cadastro

Os programas de treinamento oferecidos aos pequenos fornecedores serão realizados em parceria com o Sebrae São Paulo e Rio de Janeiro. A Câmara oferece assistência inclusive para preparar a documentação necessária durante o processo de validação.

Podem se cadastrar fornecedores e pequenas empresas de todos os setores do mercado, desde fabricantes de produtos agrícolas e químicos até companhias de serviços de marketing e assessoria. Profissionais com cadastro MEI também serão atendidos.

O cadastro no Programa de Fornecedores Diversos pode ser realizado gratuitamente no site: https://fornecedoresdiversos.com.br/app/.

(*Sob a supervisão de Ligia Tuon)

CNN Brasil

 


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