Para além dos preconceitos que se busca combater no Dia do Orgulho LGBT+, comemorado nesta quinta-feira, a luta é também contra os estereótipos. Ou “pré-conceitos”. Sabe aquela imagem que se cria de alguém, analisando apenas um aspecto do físico ou da personalidade da pessoa? Pois é.
Convidamos cinco personalidades gaúchas da comunidade LGBT+ para compartilhar quais estereótipos ligados à orientação sexual e à identidade de gênero não aguentam mais ouvir. Afinal, está mais do que na hora de eliminarmos certas ideias do nosso vocabulário, não é?
“Nem toda lésbica tem cabelo curto, gosta de cerveja e ouve Ana Carolina. Eu, por exemplo, não gosto de Ana Carolina”
“O ponto da piada é rir um pouco do estereótipo, que também já foi muito combatido mesmo dentro do movimento. Hoje, a consciência de que podemos lidar conosco de modo mais livre e menos cheio de proibições nos permite até brincar com o estereótipo.”
Natalia Borges Polesso, escritora, autora do premiado livro Amora, que traz contos com protagonistas lésbicas
“Mulher mais firme e enérgica não é, necessariamente, lésbica”
“Tá mais do que na hora de rever o estereótipo de que toda mulher mais firme e objetiva, às vezes mais enérgica e rígida, é lésbica. Estas características só são virtudes quando aparecem em homens. Se for mulher, vira defeito e ganha o rótulo negativo de lésbica – já que, em geral, quando se quer xingar ou diminuir uma mulher, é feito um comentário a respeito de sua sexualidade (puta, vadia, lésbica).”
Nanni Rios, ativista, produtora cultural e idealizadora da livraria Baleia, que privilegia literatura de autoria feminina e as temáticas de gênero, sexualidade e direitos humanos
“Mulheres trans pretas não são ‘mais fogosas do que as outras’”
“Somos apenas mulheres… trans… e pretas”.
Valéria Houston, cantora e militante do movimento trans
“Ser gay tudo bem, mas precisa ser bicha?”
Precisa sim! Ser gay compreende todos os traços de personalidade e de expressão. É natural e saudável poder trazer a tona outros lados que temos. Ser afeminado faz parte de todos os seres humanos, e não há nada de errado nisso. Afinal, as mulheres e sua feminilidade não são inferiores, certo?
Rafael Mello, que dá vida a drag queen Sarah Vika
“Nossa, ele é homem, é mulher, é drag ou o quê?”
“Isso não interessa no meu caso. O que interessa é a minha música. As pessoas deveriam ouvir mais e ficar menos preocupadas com o gênero para poder definir. E os artistas deveriam explorar mais esse poder de mistura e não copiar o padrão heteronormativo existente, tanto da mulher quanto do homem.
Rod Mello, o músico, compositor e DJ Madblush, um dos nomes da MPBTrans
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