Levantamento aponta que, em 81% dos casos, coronavírus se manifesta de forma leve

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Estudo feito com 44 mil casos confirmados na China mostra que taxa de mortalidade até os 49 anos é de menos de 1%. Maior preocupação é com idosos.
By Grasielle Castro

O Brasil tem 200 casos de contaminação pelo novo coronavírus confirmados, 876 suspeitos. O aumento de infecções nos últimos três dias foi substancial, quase triplicou – eram 25 na segunda-feira (11). Para completar, a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou que a doença atingiu um grau de pandemia, que parte do princípio de que os esforços para o controle da propagação do vírus não obtiveram efeitos. Ainda assim, não há motivo para pânico, a grande maioria dos registros são considerados leves.

O mais completo levantamento divulgado até agora sobre o novo coronavírus foifeito pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (Chinese Centre for Disease Control and Prevention – CCDC) a partir da análise dos primeiros 44.672 casos confirmados no país.

Ele aponta que 80,9% das infecções foram classificadas como leves, 13,8% como severas e apenas 4,7% como graves.

Se você tem menos de 49 anos, as razões para se alarmar são ainda menores. Até essa idade, a taxa de mortalidade é de menos de 1%. Para pacientes infectados com idade entre 50 e 59 anos, a taxa é de 1,3%.

O documento mostra ainda que entre as 416 crianças infectadas com até 9 anos, por exemplo, não houve registro de mortes. Nos 549 casos com idade entre 10 e 19 anos, só foi registrada uma morte.

Os números, contudo, confirmam as preocupações do Ministério da Saúde com o grupo de risco, formado por idosos e pessoas com doenças crônicas.

Pessoas com mais de 60 anos são as mais suscetíveis a casos graves da doença. Na faixa etária entre 60 e 69 anos, a taxa de mortalidade é 3,6%. Dos 70 aos 79 anos, ela cresce para 8%. Quando passa de 80 anos, o índice chega a 14,8%. Considerando toda população analisada, a média de mortalidade é de 2,3%.

Grupo de risco

Na quarta-feira (11), o ministro Luiz Henrique Mandetta descartou, por exemplo, suspender as aulas para Ensino Básico no Brasil justamente por causa dos idosos. Ele afirmou que, como os pais precisam trabalhar, essas crianças que ficam sem aula geralmente estão aos cuidados dos avós, que compõem o grupo de risco.

Ainda para protegê-los, o ministério inverteu a ordem do público-alvo da campanha de vacina contra a gripe. Serão imunizados primeiros os idosos e profissionais de saúde que atuam no atendimento à população, “já que a vacina é uma proteção aos quadros de doenças respiratórias mais comuns, que dependendo da gravidade, pode levar a óbito”.

“A priorização dos idosos nessa primeira etapa, mesmo diante da não eficácia da vacina de Influenza contra o coronavírus, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para a Covid-19”, explica o ministério.

A indicação de que a maioria dos casos é leve também sustenta a orientação do ministério para que as pessoas com suspeita da doença procurem um posto de saúde, em vez de pronto-socorro. Nas contas do ministério, eles são capazes de atender 90% dos casos da doença.

SERGIO LIMA VIA GETTY IMAGES
O ministro Luiz Henrique Mandetta destaca preocupação com idosos e pacientes com doenças crônicas. 

“A população pode buscar os serviços quando apresentar os sintomas iniciais do vírus, como febre baixa, tosse, dor de garganta e coriza”, ressalta a pasta.

Os dados do estudo chinês mostram ainda que as mulheres são mais vítimas fatais da doença do que os homens. O número de casos confirmados entre os dois gêneros é semelhante, mas diferente quando se trata da taxa de mortalidade. É de 2,8% para as mulheres e de 1,7% para os homens.

Pandemia

Na quarta-feira, a OMS mudou o status da doença de epidemia para pandemia. A nova determinação muda os protocolos com os quais os países são orientados a tratar os casos de infecção. No total, há mais de 118 mil registros da doença em 114 países e 4.291 pessoas foram vítimas fatais.

“Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e severidade, e com os níveis alarmantes de inação. Por isso, avaliamos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, afirmou o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Em termos práticos, ao declarar uma pandemia, a OMS direciona os esforços dos países não para a detecção de novos casos, mas sim à fase de mitigação: adotar medidas para evitar mais mortes.

O conceito de pandemia é usado quando uma doença infecciosa ameaça em larga escala a população de forma simultânea em todo o mundo. A última pandemia enfrentada foi a gripe suína, em 2009. É importante destacar que a humanidade enfrenta pandemias há centenas de anos. A primeira que se tem registro data de 1580, quando um vírus influenza se espalhou pela Ásia, África, Europa e América do Norte.

O principal fator para se conceituar uma pandemia é a sua característica geográfica, e não necessariamente a gravidade da doença.


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