Campanhas nas redes sociais e reuniões a distância ajudam a manter contato social e a resolver questões psicológicas e de saúde que surgem no isolamento.
Karina Tarasiuk
Uma série de manifestações ocorridas em junho de 1969, em Nova York, nos Estados Unidos, marcou a luta pelos direitos LGBT (sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), quando um grupo de homossexuais resolveu enfrentar a violência policial que era frequente contra este público. Por isso, junho foi estabelecido internacionalmente como o mês do orgulho gay, quando as pessoas saem às ruas num evento que se convencionou chamar de Parada Gay. Em tempos de isolamento social, quando não é possível reunir as pessoas em paradas, eventos ou reuniões em razão da pandemia do coronavírus, o movimento LGBT precisou adaptar suas ações. No dia 14 de junho, por exemplo, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo terá a primeira edição on-line que poderá ser acompanhada por um canal no YouTube.
Na USP, a comunidade universitária atua nesse período em diversas frentes de auxílio ao público LGBT. O programa USP Diversidade, vinculado ao Núcleo de Direitos Humanos da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), trabalha na criação e fortalecimento de ações e de políticas de diversidade que combatem o preconceito e a discriminação. Também, recebe denúncias e orienta como a comunidade universitária deve proceder em casos de discriminação, assédio, violência ou preconceito.
“Neste momento da pandemia, estamos elaborando e disseminando pelas redes sociais uma série de infográficos com orientações e dicas importantes para prevenir a disseminação da doença. Também vamos fazer outras ações virtuais relacionadas à cultura e aos direitos humanos, além de um aplicativo em formato de jogo em que a pessoa cumpre missões e pode se identificar com avatares que tem a ver com a diversidade”, explica Ana Paula Morais Fernandes, coordenadora do USP Diversidade.
A USP também conta com vários coletivos de diversidade sexual e de gênero mantidos pelos estudantes para acolhimento e orientação, principalmente dos alunos que ingressam todos os anos e se sentem isolados num ambiente tão amplo e diverso quanto uma universidade. Eles realizam campanhas, atividades e reuniões periódicas para tratar dos desafios que o público LGBT enfrenta. Confira abaixo como alguns grupos estão trabalhando nesse período e leia os depoimentos de participantes.