Universitários promovem calourada gay em Campinas

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Eduardo Gregori e Nice Bulhões
Da Agência Anhangüera
Universitários gays, lésbicas, travestis, transgêneros e bissexuais
participam nesta quinta-feira da 1ª Festa da BiXarada, uma calourada
voltada para a comunidade GLTTB de Campinas e região. “Assim como
acontecem as calouradas para heterossexuais, tivemos a idéia de fazer
uma festa para mostrar que nas universidades existem pessoas com outras
orientações sexuais”, afirma a estudante Fabiana Nunes, uma das
organizadoras do evento. A festa, que acontece no Clube Insano, conta
com o apoio dos diretórios centrais de estudantes (DCEs) da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC-Campinas).
A idéia para a realização da calourada surgiu de uma reunião entre
universitários da comunidade GLTTB das Faculdades de Campinas (Facamp) e
os DCEs da PUC e da Unicamp. “Pra gente, que é sempre discriminado e
sofremos muitas vezes em silêncio, só o fato de divulgar a existência
dessa festa no campus já é uma vitória”, explicou por e-mail o estudante
Deco Ribeiro.
Outro objetivo do evento é dar visibilidade para as organizações
não-governamentais (ONGs) que promovem a diversidade sexual dentro das
universidades. “Precisamos divulgar as ações das ONGs universitárias
como o grupo Prisma da USP (Universidade de São Paulo), o Diversidade da
Unicamp e o Atitude, que está em estruturação na PUC”, explica a
estudante Fabiana.
Apesar do apoio dos DCEs da Unicamp e da PUC-Campinas, os grupos
universitários não participam da festa. “O Diversidade não apóia o
evento porque não houve tempo hábil de votação e, por isso, alguns
integrantes resolveram ajudar na divulgação numa iniciativa particular”,
disse Alexandre Alencar, representante do grupo que atua na Unicamp.
A calourada acontece no Clube Insano (Avenida Princesa d Oeste, nº
1.700) a partir das 23h59, com entrada gratuita até 1h da manhã para
quem levar o flyer ou tiver o nome na lista do estabelecimento. Após
este horário, a entrada será de R$ 10,00 por pessoa. Os interessados
podem enviar o nome através dos e-mails: [email protected]
ou [email protected]. A festa terá shows com a drag queen Monique
Demon e com dançarinos.
Os promoters do Clube Insano esperam que com a calourada, a casa passe a
sediar festas às quintas-feiras, dia da semana no qual a casa não
funciona normalmente. A idéia é também atrair o público universitário,
independente da orientação sexual. “Espero que o evento seja um
sucesso”, revela o promoter Clayton Cardoso que, com Eduardo Fish,
trabalhou na divulgação do evento.
Seguindo o exemplo de grupos de defesa dos direitos dos GLTTBs já
estabelecidos na sociedade, estudantes estão se organizando nas
universidades para promover a diversidade sexual dentro das
instituições. Dentre os grupos universitários, o Atitude é o mais
recente. Atuando na PUC-Campinas, o grupo promove discussões temáticas
com o intuito de minimizar preconceitos entre a comunidade acadêmica.
Segundo a responsável pelo Atitude, Fabiana Nunes, o grupo pleiteou,
junto à reitoria da universidade, um espaço que seria usado como sede.
Procurada pela reportagem da Agência Anhangüera de Notícias (AAN), a
PUC-Campinas confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que
recebeu o pedido do Grupo Atitude, mas informou que “devido à falta de
disponibilidade de espaço dentro da instituição, só cede áreas para as
entidades estudantis de representação acadêmica, como centros acadêmicos
(CAs), as atléticas, os diretórios acadêmicos (DAs) e o Diretório
Central de Estudantes (DCE)”.
Na Facamp, segundo Deco Ribeiro, a criação de um grupo foi
desaconselhada pela direção. “Isso é só uma mostra de como a homofobia
(ódio aos homossexuais) atua”, disse o estudante por e-mail. O diretor
da Facamp, João Manuel Cardoso de Mello, confirmou a afirmação do
estudante de não apoiar a iniciativa. “De fato a direção não apoiou e
não dará sustentação ao movimento porque a faculdade é um lugar para
estudar e não para discutir opções sexuais”, disse Mello. Em e-mail
encaminhado à AAN, Ribeiro se identificou como aluno de jornalismo da
Facamp. Mas, o diretor da Facamp informou que Ribeiro não renovou a
matrícula. “Ele não é aluno regularmente matriculado na escola”, disse.


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