Sexo lésbico: como se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis

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Não há no mercado um produto para evitar o contágio de DSTs na relação entre duas mulheres. Entenda e descubra como se proteger.

Vamos começar do começo. No sexo com penetração, geralmente feito entre homem e mulher ou dois homens, existe um item essencial para proteger os indivíduos de DSTs: a camisinha. O produto, feito com látex ou poliuterano, envolve o pênis e impede o contato da pele e, por consequência, a transmissão de doenças. A relação entre duas mulheres não é exatamente igual – o sexo oral é o principal ponto de prazer para a maioria delas e questão beeeeem importante em uma relação lésbica. Mas como se proteger de DSTs nesse momento?

Como se proteger de DSTs em uma relação lésbica (Foto: Gleeson Paulino/Arquivo Glamour)
Como se proteger de DSTs em uma relação lésbica (Foto: Gleeson Paulino/Arquivo Glamour)

Na verdade, não existe um produto à venda no mercado para a proteção no sexo oral. Heteressexuais e homossexuais também são afetados por essa “falha” da indústria, mas esse é um questionamento constante de mulheres gays, já que envolve outros fatores. A ginecologista Daniele Peev acredita que o fato é fruto do preconceito da nossa sociedade. “Faltam pesquisas do governo sobre a saúde sexual e o prazer da mulher. Também precisamos de formas práticas e adequadas de proteção”, explica.

Tania Valladares Andriolli, também ginecologista, conta que o assunto é um tabu. “Tudo o que não é falado acaba perpetuando falhas e causando danos às pessoas”, diz. “Se o constrangimento em falar sobre impede a informação, os erros continuarão. Precisamos falar sobre o prazer feminino, livre de qualquer preconceito.” A Glamour Brasil entrou em contato com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que afirmou que não há nenhuma pesquisa recente sobre a saúde da mulher.

Elisabete Alexandre, de 30 anos, declara que também há uma invisibilidade lésbica. “Quem faz pesquisas e estuda o assunto são homens héteros. Não existe um produto no mercado porque as pessoas acreditam que não há consumidores. Temos um público gigante carente de um produto para a prevenção.”

QUAIS SÃO OS RISCOS?
Quem acha que a transmissão de doenças através do sexo oral é menor, está muito enganado. “A herpes é a mais frequentemente transmitida pelo ato, mas outras doenças como a Sífilis e o HPV também são altamente contagiosas pelo contato das mucosas oral e genital”, explica Tânia. “A transmissão da Aids (HIV) por essa via não é tão comum, mas basta uma ferida na boca ou na vulva para que o vírus encontre uma porta de entrada e contamine o parceiro na hora da relação sexual.”

Cena do filme
Cena do filme “Azul é a cor mais quente” (Foto: Reprodução)
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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA),  pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos, isto é, com grandes chances de causarem câncer. Os dados da entidade afirmam que os vírus dos tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero. Já os de nomenclatura 6 e 11 são encontrados em 90% das verrugas genitais, mas não são considerados oncogênicos.

As transas que envolvem vibrador, pênis de plástico ou qualquer outro objeto também apresentam riscos. “Ao colocar esses instrumentos em contato com uma pessoa, ele passa a carrear os germes que estavam na vagina dela. Quando não o higienizamos de forma adequada e colocamos em outro indivíduo, estaremos transmitindo esses microorganismos”, diz a ginecologista Tânia Valladares Andriolli. “Assim, um acessório usado no sexo pode transmitir sífilis, gonorreia, HPV, HIV, clamídia, hepatite B, entre outros.”

MAS AFINAL, COMO SE PREVENIR?
De acordo com Daniele Peev, a prevenção começa com os exames periódicos. “É muito importante fazer todos eles. O papanicolau, por exemplo, é essencial e deve estar sempre em dia. Observar se há alguma alteração estética na vagina e ânus também é fundamental. Veja se há feridas, verrugas ou qualquer corpo estranho.” A ginecologista recomenda realizar os testes a cada seis meses, além de manter a higiene adequada.

Cena da série Pretty Little Liars  (Foto: Reprodução)
Cena da série Pretty Little Liars (Foto: Reprodução)

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Na hora da relação, a Tânia Valladares Andriolli apresenta uma saída. “Para proteger a mucosa da vulva e da boca no momento do sexo oral, a camisinha pode ser rasgada para criar uma superfície plana. Assim, pode-se usar essa “folha” de látex ou de silicone para cobrir a região enquanto é feito o estímulo do clitóris com a boca.”  Para os “brinquedinhos” usados na hora do sexo, ela explica que devem ser lavados imediatamente. “O mais simples é higienizar depois do ato com água e sabão, e passar em toda a sua superfície um algodão embebido em álcool 70%.”

Porém, ainda não temos uma solução real para a questão no Brasil. “A camisinha masculina contém lubrificante e o gosto é horrível. O modelo feminino pode ser uma opção, já que não vem com o produto e é menos elástica, mas precisamos de algo feito especialmente para o ato”, finaliza Elisabete Alexandre. Nos Estados Unidos, há um item retangular de látex chamado Dental Dams, que pode ser adotado como proteção para regiões íntimas. Porém, o produto é pouco conhecido e usado.

Revista Glamour

 


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