Por que este guia de turismo LGBT colocou o Brasil como um dos países para evitar

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GayCities destacou o Brasil em primeiro na lista entre cinco países para não visitar.

Para o mais famoso guia online de turismo direcionado à comunidade LGBT, o GayCities, o Brasil ― País que promove a maior Parada LGBT do mundo ― está ocupa o primeiro lugar na lista de destinos que devem ser evitados.

Entre as razões citadas pelo site norte-americano, estão os dados do Grupo Gay da Bahia sobre crimes contra LGBTs e a postura do presidente Jair Bolsonaro, conhecido por histórico de declarações homofóbicas e cuja agenda conservadora coloca em risco conquistas e pleitos da comunidade LGBT. 

Como justificativa, o texto também cita o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, em 2018, e a crise internacional gerada por políticas do atual governo relacionadas ao meio-ambiente e às queimadas na Amazônia.

“Além de permitir — e até encorajar — o aumento de ataques a gays e transgêneros, o presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, também está deixando a Floresta Amazônica queimar”, afirma a lista.

Em abril deste ano, em evento para jornalistas, Bolsonaro afirmou que “o Brasil não pode ser um País do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias”.

Segundo o site Antagonista, presente no evento, o presidente afirmou que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro.” 

Em comunicado, a Câmara de Comércio e Turismo LGBT repudiou a declaração do presidente e disse considerar  o “turismo uma atividade lucrativa, que promove o emprego, melhora a imagem do País no exterior e reafirma o compromisso com a defesa dos direitos igualitários.”

Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), foram registradas 141 mortes, entre homicídios e suicídios, causados por homofobia de janeiro a 15 de maio de 2019. Relatório informa que, como não há informações estatísticas governamentais sobre tais mortes, tais números são subnotificados e podem apresentar uma margem de erro de 5-10%.

Texto do GayCities ainda destaca que a economia brasileira está “em ruínas desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que foi acusada de corrupção” e aponta que a violência contra pessoas LGBT, motivadas por sua identidade de gênero ou orientação sexual “explodiu” nas cidades brasileiras.

“As queimadas estão deixando milhares de indígenas sem ter onde morar, e eles estão impotentes enquanto o fogo destrói a terra de seus ancestrais. São Paulo, o centro financeiro e cultural do país, é bem progressista. Mas até os céus estarem livres da fumaça e o governo tomar uma atitude sobre a violência contra LGBTs, o Brasil não é o lugar para se visitar”, conclui o texto do site.

Lançado em 2008, o GayCities contempla dicas e avaliações sobre 225 cidades do mundo, compartilhadas pelos próprios turistas LGBTs de forma colaborativa. Entre os outros países da lista para não visitar o Egito fica em segundo lugar, seguido por países como Tanzânia, Amsterdã e Bahamas.

Os dados sobre turismo LGBT no Brasil

A lista do GayCities vai de encontro a dados sobre turismo LGBT registrados no Brasil nos últimos anos. 

Segundo estudo mais recente do Fórum de Turismo LGBT, realizado pela Associação Brasileira de Turismo LGBT (ABTLGBT) e pela revista ViaGo, o Brasil é o País que tem o maior potencial econômico para crescer economicamente com o turismo LGBT na América Latina.

O mesmo estudo do Fórum de Turismo LGBT, ainda aponta que, em 2017, foi registrado crescimento de 11% neste setor, enquanto o turismo geral subiu só 3,5%. Relatório referente ao ano de 2018 ainda não foi divulgado.

O estudo sugere que, tal crescimento exponencial do seguimento se deve à visibilidade que eventos como a Parada LGBTQ de São Paulo ― considerada a maior do mundo ― alcançaram nos últimos anos, o que, por sua vez, atrairia cada vez mais turistas de diferentes países. 

Só em 2019, segundo dados da Prefeitura de São Paulo, a Parada LGBT movimentou R$ 403 milhões na economia da cidade ao reunir mais de 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista, segundo organização. 

A Prefeitura estima que este valor é 40% maior do que os R$ 288 milhões de movimentação econômica registrados na edição de 2018 do evento. 

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