Por: Fernando Moreira
Drag queen e lutador de MMA Diego Garijo falou sobre suas duas paixões e revelou que quebrar uma unha de acrílico é pior do que levar um soco no rosto.
Garijo começou a lutar profissionalmente em 2006, depois de ter entrado ilegalmente nos EUA ainda criança e cumprido várias sentenças de prisão durante sua juventude.
Ele registrou sete vitórias no ringue antes de sofrer um descolamento de retina e ter que colocar o esporte em espera, mas em 2018 ele voltou com força total ao entrar na modalidade do boxe sem luvas. Não muito depois, entrou em cena a drag Lola Pistola, uma personalidade que ele vê como uma extensão natural da sua força criativa.
Garijo afirmou acreditar que as suas duas atividades podem funcionar bem juntas. Em entrevista à “VICE”, o atleta radicado na Califórnia (EUA), de 41 anos, disse que recebe “muito amor das pessoas da cena drag, bem como das comunidades trans e gays”. Ele ressaltou que o apoio não para por aí, como Lola também é amada por “grandes lutadores”.
“Talvez eles também estejam escondendo um elemento de si mesmos que gostariam de revelar mais”, comentou.
Garijo revelou que começou a se interessar pelo mundo das drags quando ainda era criança, com uma foto dele aos 6 anos vestindo calcinha da mãe. Ele foi criado sem pai e diz que tinha dois primos gays, então “não foi exposto a muitos estereótipos masculinos tradicionais”.
“Talvez seja por isso que eu posso ser muito feminina. Acho que as pessoas se perguntam se eu sou gay, mas não entendem que feminilidade e preferência sexual são duas coisas completamente diferentes”, argumentou.
Garijo entrou no hobby mais a sério depois de fazer um curso sobre inteligência emocional no qual os participantes foram instruídos a deixar suas zonas de conforto.
Depois de ser vítima de bullying quando criança, ele descobriu que a arte e a luta oferecem uma saída para o trauma. Tanto lutando quanto criando “uma personalidade da qual não tem vergonha”, ele sente que é capaz de “dar um passo para a frente no combate quando outros davam um passo para trás”.