O uso das pautas do identitarismo pela direita e o imperialismo são a mais pura representação da demagogia para dar um ar civilizado a política que continua massacrando os trabalhadores, e isso não poderia ser diferente no governo de Joe Biden, o recém eleito presidente dos Estados Unidos, que deve tomar posse no próximo dia 20. Após a demagogia de sua campanha ao escolher uma mulher negra para sua vice, Kamala Harris, a escolha de seus ministros e secretários continuam com a mesma apelação diante da população norte americana, agora com a indicação de Pete Buttigieg, que é homossexual e irá comandar a Secretaria de Transportes.
Com a indicação, Joe Biden se aproveitou para continuar sua demagogia e declarou que “Temos um gabinete de quebradores de barreiras, um gabinete de pioneiros”, ao se referir a sua equipe de governo. O governo de Joe Biden não será pioneiro e nem quebrador de barreiras, será mais uma continuidade de uma política imperialista que explora e age em favor dos interesses da burguesia. O discurso da “representatividade” das minorias em governos direitistas serve apenas para dar um ar de civilidade enquanto as políticas que esmagam essas mesmas minorias continuam sendo realizadas. Não há como haver benefício algum para qualquer parcela da população que não seja a burguesia se o sistema que as oprime continua o mesmo e com os mesmos representantes da política imperialista.
Não é preciso ir muito longe à história dos Estados Unidos para lembrarmos outro episódio desse tipo de demagogia. A eleição de Barack Obama, o primeiro presidente negro do país também foi carregada de demagogia através da representatividade negra, inclusive o próprio Joe Biden foi vice presidente de Obama e participou da campanha, porém, quando o mandato se iniciou, o que vimos foi a velha política imperialista em prática, com os golpes financiados e realizados em países da América Latina além da política de terror e os bombardeios feitos com as populações do Oriente Médio.
O discurso demagogo utilizado pela direita muitas vezes engana os vários setores da esquerda pequeno burguesa que estão pautados no identitarismo, uma velha ilusão de que algo possa mudar dentro de uma mesma política e regime, e em todas as vezes a realidade com que essa esquerda se depara é a continuação da retirada de direitos e do esmagamento da população trabalhadora para se cumprir as demandas da burguesia.
A verdadeira representatividade das minorias dentro da sociedade só será possível se a mesma acontecer em um governo operário dos trabalhadores, e não dando continuidade as políticas que só prejudicam a população, o identitarismo nos governos burgueses é uma forma de camuflar e enganar os trabalhadores, para que as políticas que são tão nocivas para a população continuem sendo levadas a cabo mas com um ar de civilidade e igualdade entre os cidadãos.
É preciso denunciar e combater esse tipo de demagogia da direita, somente com um governo dos trabalhadores e com a verdadeira participação das camadas mais esmagadas da classe trabalhadora é que haverá a emancipação social e a verdadeira representatividade.