O público do premiado “And Then We Danced” foi agredido na première do filme na Geórgia, país da antiga União Soviética, por um grupo de manifestantes da extrema direita do país. O longa, que conta uma história de amor LGBTQ+, entre dois jovens dançarinos georgianos de balé, gerou quebra-quebra nas ruas da capital do país na sexta-feira (8/11).
Centenas de manifestantes se juntaram para bloquear as ruas no lado de fora do cinema em que aconteceu a première no centro de Tbilisi, com o objetivo de cercar e atacar o público do filme. Uma mulher foi parar no hospital e dois policiais que tentaram conter as hostilidades acabaram feridos.
Cantando “Vida longa à Georgia” e “Vergonha”, os agressores – alguns segurando cruzes e símbolos religiosos – tentaram forçar a entrada ao cinema, mas foram impedidos pela polícia. “Não é apenas um filme. É um insulto à nossa fé, às nossas tradições e a tudo que é sagrado para nós”, disse um dos manifestantes, identificado como Guram Damenia, para a imprensa do país.
A polícia afirmou neste sábado que prendeu mais de 25 pessoas durante o ato violento.
Dirigido por Levan Akin, georgiano residente na Suécia, “And Then We Danced” teve première no Festival do Cannes e já venceu uma dezena de prêmios em festivais ao redor do mundo. O filme também é o candidato da Suécia a uma vaga na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional e tem 93% de aprovação da crítica de língua inglesa, segundo o site Rotten Tomatoes.