Especial_COPA DO MUNDO: Brasil e México enfrentam dificuldades para lidar com estigma e homofobia

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O Brasil enfrenta a seleção mexicana nessa segunda-feira (2), às 11h. A primeira vitória brasileira sobre mexicanos em mundiais foi em 1950. No total, as duas equipes se enfrentaram 40 vezes, também com dominância brasileira. Foram 23 vitórias do Brasil, ante 10 do México e 7 empates.

O último duelo entre eles foi numa partida amistosa em 2015 no Allianz Parque, em São Paulo, o Brasil venceu por 2 a 0. Em Copas do Mundo, as seleções já se enfrentaram quatro vezes. São três vitórias brasileiras e um empate. A seleção mexicana já disputou 14 Copas do Mundo, mas seu melhor desempenho chegou apenas até as quartas de final.

Na luta contra aids, o Brasil se destaca por ser o primeiro país da América Latina a oferecer a PrEP gratuitamente através do sistema público de saúde. No entanto, os índices da infecção ainda são altos. A cada 100 mil brasileiros, 18 são soropositivos. Apesar da incidência dos casos de aids ter diminuído 5,2% entre 2015 e 2016, hoje, cerca de 830 mil pessoas estão vivendo com HIV/aids, sendo que 112 mil ainda não sabem disso.

No México, os primeiros anos da epidemia foram marcados pela vulnerabilidade de homens que fazem sexo com homens. A infecção nessa população representava mais de 90% do total de casos registrados.

 

Brasil

Assim como muitos outros países da América Latina e do Caribe, a epidemia de HIV/aids no Brasil está concentrada na população de homens que fazem sexo com homens (HSH), com uma prevalência de 10,5% — podendo ultrapassar 15% em determinadas regiões e centros urbanos — , nas mulheres trans, profissionais do sexo, usuários de drogas e travestis. Na população geral, a prevalência é de 0,4%.

A cada 100 mil brasileiros, 18 são soropositivos. Apesar da incidência dos casos de aids ter diminuído 5,2% entre 2015 e 2016, hoje, cerca de 830 mil pessoas estão vivendo com HIV/aids, sendo que 112 mil ainda não sabem disso, conforme informou o último Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde, no início de dezembro de 2017.

Desse modo, mesmo depois de 36 anos de epidemia, o HIV continua sendo um desafio a ser vencido no Brasil e no mundo.

O governo informou ainda que do total de pessoas vivendo com HIV/aids, 129 mil sabem que têm o vírus, mas não se tratam. Outro dado importante é sobre o aumento de 4,1% nos casos de HIV notificados em 2016. Foram 37.884, ante 36.360 em 2015.

Publicado anualmente, os dados acendem um sinal vermelho para  o crescimento da doença entre adolescentes na última década. A incidência quase triplicou entre os homens de 15 a 19 anos, passando de 2,4 casos, por 100 mil habitantes, em 2006, para 6,7 casos em 2016. Entre os homens com 20 a 24 anos, a taxa passou de 16 casos de aids por 100 mil habitantes para 33,9 casos no mesmo período.

Já entre as mulheres, constatou-se um aumento da doença entre jovens de 15 a 19 anos, grupo que teve a taxa elevada de 3,6 casos para 4,1.

Outro ponto crítico é a transmissão em idosos acima dos 60 anos, já que a taxa passou de 5,6 para 6,4 casos por 100 mil habitantes.

Prevenção combinada

 

Na tentativa de frear o avanço da epidemia, o governo brasileiro vem adotando, desde 2013, a prevenção combinada. Além do uso da camisinha, a nova estratégia inclui o tratamento antirretroviral, a testagem regular do HIV, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), o exame de HIV no pré-natal, medidas de redução de danos entre pessoas que usam álcool e outras drogas e o tratamento de outras ISTs. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a disponibilizar no sistema público de saúde a PrEP .

No campo do tratamento, o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, ampliou, em 2018, a oferta do dolutegravir para todos os pacientes em tratamento. De acordo com o governo, esse medicamento é considerado um dos melhores do mundo. Ele apresenta alta potência e um nível muito baixo de efeitos colaterais, aspecto considerado bastante importante para a adesão e o sucesso do tratamento contra o HIV.

Desde 1996, o acesso gratuito a tratamento para todas as pessoas infectadas é garantido por lei e está à disposição nos serviços públicos.

Lei 12.984

Além disso, o Brasil tem uma lei que torna crime a discriminação contra pessoas vivendo com HIV e doentes da aids. A lei nº 12.984 prevê prisão de um a quatro anos para autores de atos de preconceito contra os soropositivos. É considerado crime, por exemplo, recusar, cancelar ou impedir as matrículas em qualquer instituição de ensino, incluindo creches, de portadores do HIV e doentes de aids. Também é crime negar trabalho, exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego e isolar os doentes no ambiente profissional. A divulgação da condição de soropositivo com o objetivo de ofender a “dignidade” é outro ato passível de prisão, assim como recusar ou retardar atendimento de saúde.

Mais números

* 830 mil pessoas vivem com HIV/aids no Brasil.

* O Brasil tem 136 mil pessoas com HIV que desconhecem a própria condição, segundo estimativas referentes a 2016.

*Há 196 mil pessoas que sabem que têm o vírus, mas não se tratam.

* 498 mil pessoas estão em tratamento no país, segundo o governo.

* Em 2016, o Brasil registrou 15 mil mortes por aids.

Dados do Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, do Ministério da Saúde, apontam que o Brasil obteve avanços no diagnóstico, tratamento e controle do vírus nos últimos quatro anos. Até 2016, o país tinha 84% das pessoas diagnosticadas com o vírus em tratamento. Destas, 91% já estão com carga viral suprimida. O Brasil é signatário das metas 90-90-90, da ONU, e se comprometeu a chegar em 2020 com 90% das pessoas que vivem com HIV testadas. Destas, 90% precisam ter aderido à profilaxia, ou seja, ao tratamento médico continuado, e destas, 90% devem estar com a carga viral zerada no sangue – isso atestaria a eficácia dos medicamentos.


México

No México, cerca de 22 mil pessoas vivem com HIV numa população estimada em 127,5 milhões de pessoas. Segundo estimativas do Programa Conjunto das Nações Unidas Para o HIV/Aids (Unaids), desse total, 77% são do sexo masculino.

A epidemia do HIV é classificada como concentrada, uma vez que não avançou na população em geral, mas se mantém em populações específicas, como nos homens que fazem sexo com homens (HSH), usuários de drogas injetáveis (UDI), homens profissionais do sexo e, em menor escala, mulheres profissionais do sexo e população carcerária.

A forma de transmissão em 90% dos casos é por via sexual, principalmente entre os homens com mais de 15 anos. Nos primeiros anos da epidemia, os homens homossexuais e bissexuais representavam mais de 90% do total de casos registrados. Segundo o relatório, eles hoje são, aproximadamente, 70% do total. A transmissão vertical (TV, infecção da mãe para o filho na gravidez, no parto ou na amamentação) apresenta uma porcentagem baixíssima.

A prevalência do vírus na população adulta (entre 15 e 49 anos) é de 0,3%, sendo superior a 17% entre HSH, travestis e mulheres transexuais, 2,5% UDI, 7% entre profissionais do sexo e 0,7% entre pessoas privadas de liberdade.

Os primeiros casos de aids no México foram registrados em 1983, ano em que pouco se conhecia da infecção e não existiam manuais padronizados para confirmar a identificação dos casos. Só a partir de 2003, os mexicanos passaram a ter acesso universal ao tratamento antirretroviral.

Nos últimos anos, o esforço do país em relação à oferta de remédios e à atenção integral, combinado com estratégias preventivas e de combate ao estigma, à discriminação e à homofobia, começou a render frutos. Desde 2010, as novas infecções por HIV diminuíram em 22% e as mortes relacionadas à aids em 1%.

Em relação à prevenção, as primeiras ações foram dirigidas ao controle da transmissão por transfusão de sangue e à prevenção junto às mulheres profissionais do sexo. Paulatinamente e, diante das evidências da concentração da transmissão entre os HSH, assim como o importante crescimento da epidemia em UDI, a estratégia foi reformulada para alcançar também esses grupos.

Em 2016, o México registrou 12 mil novas infecções por HIV e 4200 mortes relacionadas à aids.

Sobre o país

O México tem uma população estimada de 120,8 milhões de pessoas. É um país predominantemente católico e uma das maiores economias do mundo, sendo uma potência regional. Desde 1994, é o primeiro país latino-americano membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Tem renda média alta consolidada, ocupando o 61º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que reúne 182 países.

O país ainda ocupa o quinta posição no mundo e a primeira das Américas em número de Patrimônios Mundiais da Unesco, com 31 lugares que receberam esse título e, em 2007, foi o 10º mais visitado do mundo, com 21,4 milhões de turistas internacionais.

Redação da Agência de Notícias da Aids

 

http://agenciaaids.com.br/noticia


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