Educação Sexual : Veja a opinião de 500 professores

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Resultados serão apresentados no
III Seminário “Adolescência e Sexualidade na Escola”
Data do seminário: 19/04/2005
Local: Colégio Estadual do Paraná
Horário: das 09.00 às 17.00h.
O Centro Paranaense da Cidadania – CEPAC, uma organização não governamental curitibana que atua na prevenção de Aids principalmente em escolas, aplicou 1.000 questionários com 25 perguntas junto a professores(as) das redes municipal e estadual de ensino de Curitiba e Região Metropolitana. 500 dos profissionais devolveram os questionários preenchidos.
O questionário foi aplicado durante o II Seminário “Adolescência e Sexualidade na Escola”, realizado em abril de 2004, do qual participaram 1.300 profissionais de educação e saúde. Os resultados da pesquisa serão apresentados no III Seminário, a ser realizado em 19 de abril de 2005 no Colégio Estadual do Paraná.
Gravidez e Aids na Adolescência
O tema da Educação Sexual nas escolas é considerado de importância, diante do quadro em que no ano de 2004 16,1% do total de gestações em Curitiba ocorreu em adolescentes, sendo 116 em meninas de 10 a 14 anos, e 3.909 em meninas de 15 a 19 anos. Além disso, 2,3% dos casos de Aids foram diagnosticados na faixa etária de 10 a 19 anos desde o início da epidemia até 31/12/04. O que chama a atenção e também preocupa é que na faixa etária de 20 a 24, estes dados já pulam para 10,4%. Assim, constata-se que a efetiva implementação da educação sexual nas escolas se faz urgente.
Perfil
O questionário fez o levantamento da caracterização geral dos professores e professoras, bem como pesquisou especificamente sobre suas opiniões, atitudes e capacidades em relação ao ensino da Educação Sexual nas escolas, entendendo-se por educação sexual não apenas a questão biológica e da reprodução, como também discussão de gênero e orientação sexual, sexualidade responsável incluindo gravidez na adolescência, assim como a prevenção da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Caracterização geral
60,2% dos profissionais eram de Curitiba e 39,8% da Região Metropolitana. A maioria (41,9%) tinha de 11 a 20 anos de atuação como professores e professoras. 91,5% dos profissionais eram do sexo feminino, e a maioria (68,4%) se encontrava na faixa etária de 30 a 50 anos. 76,6% se identificaram como católicos e 10,0% como evangélicos.
A pesquisa captou um universo representativo em termos das disciplinas lecionadas: ciências 26,9%; português e inglês 20,9%; história e geografia 12,7%; educação física 10,0%; matemática 9,8%; outras disciplinas 19,7%.
Educação Sexual
97,4% consideraram que é importante que haja educação sexual nas escolas e 88,4% opinaram que o problema de agitação/ansiedade e dificuldade de aprendizagem pelos educandos está relacionado à sexualidade. Os profissionais afirmaram que 63,6% da discriminação percebida por eles entre os educandos em relação à sexualidade está voltada para a homossexualidade.
Perguntados sobre quando a iniciação sexual deve acontecer, os profissionais demonstraram uma atitude bastante liberal, sendo que 76,4% responderam que deve ser quando a pessoa se sentir pronta, independente da idade ou estado civil. Apenas 6,7% acharam que deve ser depois do casamento.
A mesma tendência observou-se na resposta à pergunta “A função da relação sexual é prioritariamente para:?”. 33,33% responderam que é para prazer e satisfação; 26,85% que é para a realização e bem-estar; 19,15% que é para amor, afeto ou intimidade. Por outro lado, 19,13% responderam que a função da relação sexual é para a procriação e 1,54% que se trata de uma necessidade.
24% se consideraram totalmente preparados ou qualificados para dar aulas sobre educação sexual, enquanto 51% se consideraram apenas parcialmente preparados. 47,4% afirmaram que na sua escola já existe um projeto que aborda a educação sexual. 55,4% indicaram que contam com o incentivo da direção da escola, e 40,4% com o incentivo da comunidade, para fazer o trabalho de educação sexual na escola.
61,2% afirmaram que já participaram de cursos sobre educação sexual. 45,8% destes já participaram de até 40 horas, embora destes 34,5% só tiveram até 8 horas de curso. 9% teve até 100 horas e 6,4% teve mais de 100 horas. Por outro lado, apenas 20% afirmaram ter bom conhecimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação, os quais contêm diretrizes para o ensino do tema Educação Sexual.
Os obstáculos percebidos pelos professores e professoras à implantação da educação sexual nas escolas se dividiram em três fatores principais, de importância parecida em termos percentuais. 39,4% atribuíram a falta de capacitação e desinformação, tanto do corpo docente quanto da comunidade e pais de educandos, como sendo um obstáculo. 35,0% consideraram que os impedimentos à implantação da educação são externos à escola, vindo da não aceitação dos pais dos educandos e da comunidade em geral, inclusive as igrejas. 23,7% entenderam que os obstáculos vêm de questões que incluem a falta de comprometimento e organização das secretarias de educação, das escolas e dos próprios professores e professoras.
Conclusões
Da amostra pesquisada, percebe-se que há um clima bastante favorável à implantação da Educação Sexual nas escolas de Curitiba e Região Metropolitana. A maioria dos professores e professoras considera que é importante e já tem algum grau de capacitação nesta área, embora ficou evidente que a necessidade existe de intensificação da capacitação. 47,4% afirmaram que na sua escola já existe um projeto que aborda a educação sexual.
55,4% afirmaram que contam com o incentivo da direção da escola, indicando que ainda há um trabalho de sensibilização e comprometimento bastante grande a ser feito em relação aos demais 44,6% que não estariam apoiando a educação sexual nas escolas. Da mesma forma, também existe a necessidade de sensibilização dos pais de educandos e da comunidade em geral de que ensinar Educação Sexual não significa um incentivo à iniciação sexual, mas sim preparar os adolescentes para uma sexualidade responsável e de respeito à diversidade.
III Seminário “Adolescência e Sexualidade na Escola”
O III Seminário “Adolescência e Sexualidade na Escola” é uma atividade do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, realizado em parceria entre o CEPAC, as Secretarias Municipais e Estaduais da Saúde e da Educação, os Ministérios da Saúde e da Educação, UNESCO, a Universidade Federal do Paraná e o SESC Paraná.
Data do seminário: 19/04/2005
Local: Colégio Estadual do Paraná
Horário: das 09.00 às 17.00h.
Maiores informações sobre a Pesquisa
Toni Reis – Diretor de Educação Continuada do CEPAC: (41) 9602 8906 / 232 9829
Maiores informações sobre o III Seminário “Adolescência e Sexualidade na Escola”
Mariana Thomaz – Coordenadora Municipal de DST e Aids – Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba: (41) 9951 1762 / 8814 5421 / 350 9322


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