Um homem, comandado por uma paixão, consegue levar o amado para dentro de um apartamento. Joga fora o celular e esconde a chave da porta. Por quase uma semana, busca uma resposta: “por que você me deixou?”. A peça, que já passou por outras temporadas em Brasília e em São Paulo, retorna, dessa vez, na Mostra+ da Casa dos Quatro – evento todo dedicado à diversidade neste mês em que celebramos a existência e resistência da comunidade LGBTQIAP+.
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“É uma peça inesgotável que já passou por várias temporadas, com elencos diferentes, desde a primeira montagem há 15 anos. Mas é assim o amor: repetimos a mesma história com diferentes pessoas”, diz Alexandre Ribondi, o autor e diretor da peça.
Os atores encenam despidos em um cenário com poucos detalhes. O apartamento onde acontece a história está completamente fechado e passa por uma reforma, como a vida dos personagens. Ribondi conta que em cada montagem precisa responder a seguinte pergunta: “Por que o meu personagem, ao acabar a peça, está exatamente como quando ela começou? A sua não-transformação, a sua incapacidade de ver as vantagens de ser outra pessoa servem, ao meu ver, para que o público – ele, sim! – se dê conta da necessidade da transformação”, disse.
Sobre a peça
Sobre Alexandre Ribondi
Nasceu em Mimoso do Sul, no Espírito Santo, em 12 de dezembro de 1952. Mudou-se para Brasília em 1968, quando ainda cursava o ensino médio, e estudou Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB) – não se formou por ter passado pela prisão, tortura e exílio por suas atividades “subversivas” com o Grupo Homossexual Beijo Livre e as chamadas performances do “teatro terrorista”, em que se apresentava, em grupo, tratando sobre temas da homossexualidade em espaços públicos.
Atua no teatro desde 1970, tendo trabalhado com os grandes nomes da cena brasiliense, em obras como “Mandala”, direção de Lais Aderne (1970); “Os Rapazes da Banda”, direção de Dimer Monteiro (1981); “A Mandrágora” (1984) e “Eckhart, o cruel” (1985), sob direção de Ricardo Torres; “O Rei da Vela”, direção de Hugo Rodas, (1986); “Decamerão”, direção de Miriam Virna (2002); “Língua” (1992) e “Viúva, Porém Honesta (1996), dirigidas por Adriano e Fernando Guimarães e Hugo Rodas.
Atuou e dirigiu ainda peças como “Manga Preta” (1982), “Filó Brasiliense” (1983), “O Homem que Cheirava a Flores” (2004), “Solitário e Barato” (2006), “A Última Vida de Um Gato” (2006), “Virilhas” (2007), “Uma Ilha Para Três” (2008), “Cru” (2009) e “As Invejosas” (2010).
Trabalhou também, como ator e diretor, em Portugal, França e Alemanha. Sua peça “Abigail É Mais Velha Que Procópio” foi traduzida para o sueco. “Memória da Terra”, um dos contos do seu livro “Na Companhia dos Homens”, foi adaptado para o teatro e teve temporada em Portugal. E sua peça “O Colecionador de Pombos” acaba de ganhar, no início de maio de 2022, o prêmio de melhor monólogo no Solo Theater Fest – Festival Internacional de Teatro de Miami, com atuação de Jorge Ernesto Barrón, dirigido à distância por Ribondi.
Ficha técnica
Texto e direção: Alexandre Ribondi.
Elenco: Marcos Davi e Leonardo Vieira Teles.
Produção e direção técnica: Rafael Salmona
Assessoria de Imprensa: Morillo Carvalho (Drops Culturais Cont&Com)
Fotos: Rafael Salmona
Equipe técnica: Josias Silva e Rui Miranda
Classificação indicativa: 18 anos
Serviço
Data e hora: Quinta (09) a sábado (11) às 20 horas; domingo (12) às 19 horas.
Vendas: Pela plataforma Sympla.
Jornalista da TV Brasil / EBC