Conheça o “TravaBizness”, primeira gravadora só para transexuais

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Por André Júnior

Fundada pela cantora Malka, a gravadora TravaBizness tem o intuito de colaborar na produção e finalização de músicas e também direcionar artistas transgêneros em sua carreira. O selo musical fora fundado em 2018 e já conta com bons nomes em seus casting de talentos.

Malka divulgou no último ano seu primeiro single de nome “Pimenta”, que levanta discussões sobre a transfobia. Outro nome do TravaBizness é Alice Guel, rapper que já lançou o seu primeiro projeto solo Alice No País Que Mais Mata Travestis no anseio de bater de frente ao fazer sua arte em um país que lidera o ranking de assasinatos de transsexuais no mundo – “Deus é Travesti” é a faixa de maior sucesso do disco.

Malka revela que música boa não tem cor, nem gênero mas ressalta que é fundamental que projetos permitam o protagonismo LGBT e insiram pessoas trans no mercado.

– Qual é a sua profissão, Malka? Qual envolvimento com a arte e a música você possui?

Eu sou produtora musical e toco ao vivo com muitos artistas. O meu envolvimento com a música começou cedo – aos 7 anos, na verdade. Eu aprendi a tocar teclado e não parei mais, me aprofundei no estudo de demais instrumentos. Eu vivo isso desde sempre.

– Como surgiu a ideia de criar a Trava Bizness?

Na verdade fora uma oportunidade da Distribuidora Tratarore – existia o interesse no meu estúdio e nas minhas produções. Depois de fecharmos um acordo, eu vi a oportunidade de fundar uma gravadora para dar espaço aos artistas transgêneros que vivem de música.

– A Trava Bizness é um selo de uma gravadora no Brasil ou funciona de forma independente?

Ela é uma gravadora pois oferece todos os processos de produção musical, assessoria de imagem e inserção no mercado. Um selo seria se um artista usasse apenas o seu nome para lançar músicas. E na verdade nós fazemos parte da criação de um som por completo.

–  Você com certeza se orgulha de ser a matriarca de um projeto específico para dar voz a travestis e transsexuais, mas não lhe entristece ou incomoda o fato destes não serem recebidos de braços abertos pelos demais?

Eu sempre digo que ter de ser a primeira é vergonhoso. Já era pra nós termos transsexuais no mercado há muito tempo. Basta olhar todos os nossos lançamentos – são músicas de muita qualidade e são artistas que sempre existiram mas as gravadoras não olhavam para eles como artista. É vergonhoso pois isso comprova que na maiorias das vezes, as pessoas cis-hétero não possuem de ter o contato; não há o interesse de investir na arte feita por transsexuais, travestis e transgêneros.

– Você acredita que o cenário musical um dia será de todos independente de sexo ou identidade de gênero?

Eu acredito que sim, na verdade, isso já está se transformando. Basta analisar os maiores hits do último anos, a maioria foi lançado por mulheres ou de artistas LGBT.  Nós já nãos estamos mais ouvindo apenas homens cis-hpeteros com os seus mesmos arranjos e assuntos abordados nas letras. Eu espero que no futuro gravadoras como a “TravaBizness” sejam extintas, no sentido de não ser mais necessário dividir a música em nichos, sabe.

ObservatórioG


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