LGBTI+: tudo o que você precisa saber sobre os termos ligados à luta da comunidade gay

0
Nesta sexta-feira, dia 17, comemora-se o Dia internacional da Luta contra a LGBTfobia. ‘A comunicação é ferramenta muito importante para garantir os direitos’, diz especialista

RIO – Nesta sexta-feira, 17 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia, uma data escolhida em alusão à decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, de retirar a homossexualidade de sua lista internacional de doenças.

A sigla para representar os homossexuais vem se transformando ao longo dos anos e acompanhar as identificações de gênero que surgem. L de lésbica, G de gay, B de bissexual, T de travesti e transexual, e I de intersexo, adicionada por último. Alguns coletivos utilizam o Q de queer, que vem de questionamento e se refere à pessoas cuja orientação sexual não é exclusivamente heterossexual. O símbolo de “mais” englobaria outras variantes.

Para o advogado e professor de Direitos Humanos e Discriminação da FGV, Thiago Amparo, o vocabulário pode perpetuar a violência ou assegurar o respeito aos grupos sociais.

— A linguagem é uma ferramenta muito importante para garantir os direitos. No contexto brasileiros temos a criminalização de expressões que podem ser ofensivas a honra de uma pessoa. A linguagem confere dignidade e respeito a uma população que foi historicamente discriminada — analisa Thiago Amparo.

A equipe de CELINA reuniu termos relacionados à diferentes orientações sexuais, identidades e expressões de gênero, baseado no Manual de Comunicação LGBTI+, que foi produzido pela Aliança Nacional LGBTI+ e a rede GayLatino.

Segundo o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+ e doutor em Comunicação, Toni Reis, o manual tem como objetivo contribuir para diminuição de preconceitos e estigmas , além de colaborar para o melhor entendimento de termos que são recorrentes entre a população homossexual.

— O manual é uma obra política. A sexualidade é muito ampla, ela não cabe em uma letrinha, mas a palavra tem poder e por isso fizemos o esforço de pesquisar, sistematizar e construir esse conhecimento — comenta Toni.

Identidade e expressão de gênero

Identidade de gênero é a percepção que uma pessoa tem de si como sendo do gênero masculino, feminino ou de alguma combinação dos dois, independente de sexo biológico. A maneira como uma pessoa se manifesta publicamente consiste em sua expressão de gênero. Essa manifestação se dá através de seu nome, da vestimenta, do corte de cabelo, dos comportamentos e como interage com as demais pessoas.

Identidade e expressão de gênero

Identidade de gênero é a percepção que uma pessoa tem de si como sendo do gênero masculino, feminino ou de alguma combinação dos dois, independente de sexo biológico. A maneira como uma pessoa se manifesta publicamente consiste em sua expressão de gênero. Essa manifestação se dá através de seu nome, da vestimenta, do corte de cabelo, dos comportamentos e como interage com as demais pessoas.

Cisgênero: Pessoa que se identifica com o sexo biológico, ou seja, com a genital que nasceu. Pessoas cisgênero estão em conformidade com a genital que nasceram.

Cross-dresser: O termo cross-dresser se refere tipicamente a homens que usam esporadicamente roupas, maquiagem e acessórios culturalmente associados às mulheres. Tipicamente tais homens se identificam como heterossexuais. Esta prática é uma forma de expressão de gênero e não é realizada para fins artísticos. Os cross-dressers não querem mudar permanentemente o sexo ou viver o tempo todo como mulheres.

Drag queen: Homem que se veste com roupas femininas de forma satírica e extravagante para o exercício da profissão em shows e outros eventos.

Drag king: Trata-se de uma mulher que se veste com roupas masculinas para fins de trabalho artístico.

Homem trans: Pessoa que se identifica como sendo do gênero masculino embora tenha sido biologicamente designada como pertencente ao sexo/gênero feminino ao nascer.

Mulher trans: Quem se identifica como sendo do gênero feminino embora tenha sido biologicamente designada como pertencente ao sexo/gênero masculino ao nascer.

Transgênero: Terminologia utilizada para descrever pessoas cuja identidade de gênero é oposta àquela do nascimento e que age como se pertencesse ao sexo oposto.

Transexual: Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. As pessoas transexuais podem ser homens ou mulheres, que procuram se adequar à identidade de gênero. Algumas pessoas trans recorrem a tratamentos médicos, que vão da terapia hormonal à cirurgia de redesignação sexual.

Travesti: Uma construção de gênero feminino, oposta ao sexo biológico, seguido de uma construção física de caráter permanente, que se identifica na vida social, familiar, cultural e interpessoal, através dessa identidade. Muitas modificam seus corpos por meio de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém, vale ressaltar que isso não é regra para todas.

Queer: Adjetivo relacionado a ideia de questionamento de gênero, (do inglês questioning). Refere-se a letra Q quando aparece ao final da sigla LGBTQI+ e é utilizado por pessoas cuja orientação sexual não é exclusivamente heterossexual. De modo geral, para as pessoas que se identificam como queer, os termos lésbica, gay, e bissexual são percebidos como rótulos que restringem a amplitude e a vivência da sexualidade.

Sexualidade, gênero e sexo biológico

Qual a diferença entre a sexualidade, gênero e sexo biológico? Quais são as características que trazemos desde o nosso nascimento e a forma como nos reconhecemos e relacionamos sexualmente? Veja abaixo alguns termos.

Aliada ou aliado: Pessoas que, independente da orientação sexual ou identidade de gênero, se posicionam e promovem os direitos e a inclusão LGBTI+, também conhecidas como simpatizantes.

Gênero: O conceito de gênero foi formulado nos anos 1970 com profunda influência do movimento feminista. Foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana.

Sexo biológico: Diz respeito às características biológicas que a pessoa tem ao nascer. Podem incluir cromossomos, genitália, composição hormonal, entre outros. Em um primeiro momento, isso infere que a pessoa pode nascer macho, fêmea ou intersexual. De acordo com o Manual de Comunicação LGBTI+ , não há gênero no sexo biológico em si, o que existe é uma expectativa social de gênero em relação ao corpo/genital.

Sexualidade: Consiste no conjunto de todos os caracteres morfológicos e fisiológicos, externos ou internos, que os indivíduos apresentam. Refere-se às construções culturais sobre os prazeres e as trocas sociais e corporais que compreendem desde o erotismo, o desejo e o afeto, até noções relativas à saúde, à reprodução e ao exercício do poder na sociedade.

Orientação sexual

O termo orientação sexual parte do pressuposto de que ninguém opta, conscientemente, por sua sexualidade. Assim como a pessoa heterossexual não escolheu essa forma de desejo, a pessoa homossexual ou bissexual (tanto feminina quanto masculina) também não. Dessa forma, a expressão “opção sexual” não é utilizado pela comunidade LGBTI+. Veja abaixo algumas classificações.

Assexual: É um indivíduo que não sente nenhuma atração sexual, seja pelo gênero oposto ou pelo mesmo sexo.

Bissexual: Quem se relaciona afetiva e sexualmente com pessoas de ambos os sexos. O termo “Bi” é o diminutivo para se referir a pessoas bissexuais.

Expressão de gênero: Forma como cada pessoa sente que ela é em relação ao gênero masculino e feminino.

Gay: Pessoa do gênero masculino (cis ou trans) que tem desejos, práticas sexuais ou relacionamento com outras pessoas do gênero masculino. Não precisam ter tido, necessariamente, experiências sexuais com o mesmo sexo para se identificarem como gays.

Identidade de gênero: Forma como cada pessoa sente que ela é em relação ao gênero masculino e feminino.

LEIA TAMBÉM: ‘O mundo dos negócios ainda é dos homens’, lamenta embaixadora de projeto de gênero

Heterossexual: Indivíduo atraído amorosa, física e afetivamente por pessoas do gênero oposto. Heterossexuais não precisam, necessariamente, terem tido experiências sexuais com pessoas do outro sexo para se identificarem como tal.

Homossexual: É a pessoa que se sente atraída sexual, emocional ou afetivamente por pessoas do mesmo gênero. Assim, o termo homossexual pode se referir a lésbicas ou gays.

Homoafetivo: Adjetivo utilizado para descrever as relações afetivas e/ou sexuais entre pessoas do mesmo gênero. Este termo não é sinônimo de homoerótico e homossexual, pois conota também os aspectos emocionais e afetivos envolvidos na relação amorosa entre pessoas do mesmo sexo. Não é usado para descrever pessoas, mas sim as relações entre as pessoas do mesmo sexo.

Lésbica: Mulher que é atraída afetiva e/ou sexualmente por pessoas do mesmo gênero (cis ou trans). Não precisam ter tido, necessariamente, experiências sexuais com outras mulheres para se identificarem como lésbicas.

Orientação sexual: Inclinação involuntária de cada pessoa em sentir atração sexual, afetiva e emocional por indivíduos de gênero diferente, de mais de um gênero ou do mesmo gênero.

Sexo biológico: Diz respeito ao órgão sexual que possuímos em nosso corpo e relaciona-se aos órgãos, hormônios e cromossomos.

* Estagiária sob supervisão de Renata Izaal

Fonte: O Globo


Deixe um comentário ou dica do que gostaria que pudéssemos trazer de novidade para vocês. E se curte nosso CANAL faça uma doação de qualquer valor para que possamos continuar com esse trabalho.

PIX: (11) 98321-7790
PayPal: [email protected]

TODO APOIO É IMPORTANTE.

Compartilhar.

Sobre o Autor

DEIXE UM COMENTÁRIO

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.