MinhoQueens e Love Fest, em SP, e Bloco das Montadas, em Brasília, são alguns dos agitos.
Carnaval é festa, mas a festa só tem graça se houver respeito. Em pelo menos 7 estados brasileiros, de São Paulo a Olinda, existem blocos que reúnem o público LGBT e levantam as bandeiras contra o preconceito e pela diversidade na festa mais brasileira que se tem notícia.
MinhoQueens, Love Fest e Siga Bem Caminhoneira são alguns deles. Para você curtir e saber onde cada um deles acontecem, o HuffPost Brasil fez uma lista com todas as informações. Agora é só colocar na agenda e aproveitar:
1. MinhoQueens, São Paulo (SP)
Em seu quarto ano, o MinhoQueens se consolida como um dos grandes blocos do Carnaval paulistano. O bloco levanta a bandeira do respeito e da diversidade.
A ideia do bloco, fundado em em 2016 pelo executivo Fernando Magrin, criador da drag queen Mama Darling, era reunir um grupo de amigos montados como drags em um desfile sem muitas pretensões pelas ruas da cidade. Mas já no seu primeiro ano o evento foi muito maior do que o esperado. No ano passado, levou, segundo os organizadores, cerca de 200 mil pessoas em um cortejo colorido pelo centro da capital paulista.
Na chamada para o evento deste ano, a organização avisa que o bloco mais uma vez vai trazer muito brilho, montação, close e resistência para o seu desfile, marcado para o sábado de Carnaval.
Quando e onde: 2 de março, Sábado de Carnaval, 14h, Praça da República – São Paulo
2. Love Fest, São Paulo (SP)
O Love Fest vai reunir em um desfile no centro de São Paulo diversos blocos e artistas LGTBs. Entre as atrações confirmadas estão a banda As Bahias e A Cozinha Mineira, os blocos Minhoqueens, Desculpa Qualquer Coisa, Meu Santo é Pop e Gaymada.
O grupo Mães Pela Diversidade abre alas para o bloco que descerá a avenida Tiradentes na segunda-feira de Carnaval. “Porque nossa família é a família do pertencimento e da visibilidade. Da paixão pela liberdade! E só sabemos caminhar para frente”, diz a descrição do evento nas redes sociais.
Os organizadores também lembram: “Não é Não! Corpo travesti e trans não é fetiche. Corpo negro não é fetiche. Corpo lésbico não é fetiche. Nenhuma fobia é bem-vinda”.
Quando e onde: 4 de março, Segunda-feira de Carnaval, 12h, avenida Tiradentes, Luz – São Paulo
3. Siga bem caminhoneira, São Paulo (SP)
O Siga Bem Caminhoneira é um coletivo de visibilidade lésbica e bissexual. Idealizado por Leka Peres e Didi Lima, o bloco desfilou pela primeira vez em 2017, pelas ruas do Bixiga, na capital paulista. O objetivo era criar um espaço no Carnaval para as mulheres lésbicas e bissexuais se sentirem livres, respeitadas e seguras.
Atualmente, a bateria conta com aproximadamente 100 mulheres. O repertório inclui algumas versões de marchinhas de carnaval, afoxés, funks sapatões, sambas e clássicos de mulheres da MPB.
“Tomar as ruas e cantar aos quatro cantos seus desejos, sua resistência, suas lutas para uma sociedade mais justa e igualitária — principalmente pensando nas questões de gênero — é um dos grandes papéis do Siga Bem Caminhoneira dentro e fora do Carnaval”, escrevem as organizadoras no texto de divulgação do bloco.
Quando e onde: 9 de março, Sábado de Carnaval, 14h, na Praça Emílio Miguel Abella, República – São Paulo
4. Bloco das Montadas, Brasília (DF)
O Bloco das Montadas arrastou uma multidão de 15 mil pessoas na capital federal na sua estreia no Carnaval, no ano passado. O cortejo é protagonizado por drag queens e tem como foliões centrais os membros da comunidade LGBT.
A iniciativa de criar o Montadas partiu do coletivo Distrito Drag, quando diversas artistas drag queens da capital federal se organizaram para dar visibilidade ao trabalho cultural que vinham fazendo.
“A arte drag é algo que faz parte da cultura LGBTI, não é possível pensá-la fora da história da própria comunidade. Assim, fazer parte do Carnaval é demonstração de força, criatividade e ousadia, principalmente no tempo em que vivemos de avanço de pautas conservadoras”, explica Raykka Rica, uma das fundadoras do coletivo.
Neste ano, o desfile contará com performances de artistas drags, DJs e atrações musicais. “O carnaval é a maior manifestação popular do país, e nele é tempo de brincar, de se divertir, e também momento de afirmar o nosso orgulho LGBTI+”, afirmam as realizadores.
Quando e onde: 3 de março, Domingo de Carnaval, 15h, Setor Bancário Norte – Brasília
5. Toco-Xona, Rio de Janeiro (RJ)
O Toco-Xona nasceu em 2007 e se define como o primeiro bloco LGBTQI+ do Rio de Janeiro, formado para enaltecer e dar visibilidade às mulheres lésbicas. No repertório, o bloco faz releituras de Madonna a É o Tchan.
O bloco fazia seu “desfile-parado” em uma praça no bairro Botafogo, na zona sul do Rio, mas cresceu tanto que foi “promovido” para o Aterro do Flamengo, onde reúne uma multidão.
Todo ano, a maestrina e co-fundadora Michele Krimer compõe um enredo especial. Já receberam homenagens Rita Lee, Madonna, Cássia Eller, Carmem Miranda, Hebe Camargo e Amy Winehouse. Em 2019, a letra Empodera!, segundo as organizadoras, ressalta a incansável luta da mulher contra o sistema. Leia um trecho:
As conquistas, vitórias
Na sociedade
Fortalecem, empoderam
Criam sororidade
Mas ainda temos luta
Direitos a igualar
Zerar feminicídio
Assédio acabar
Quando e onde: 3 de março, Domingo de Carnaval, 10h, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro
6. Garotas Solteiras, Belo Horizonte
O bloco nasceu de uma conversa entre amigos em dezembro de 2015, que queriam um cortejo que tocasse música pop em ritmo carnavalesco. No Carnaval seguinte, botaram o Garotas Solteiras na rua. O nome é uma tradução livre do título da música Single Ladies, da cantora Beyoncé, diva do pop que é referência para gays.
A bateria é formada ao longo do ano, em oficinas de percussão realizadas pelo bloco. A participação é aberta para não músicos e voluntária.
No ano passado, o bloco homenageou a drag queen Pabllo Vittar e desceu a avenida Olegário Maciel, no centro da cidade, em um cortejo com mais de 80 mil pessoas. Também em 2018 o bloco criou o comitê Diversifica Garotas, que organiza ações como rodas de conversa com mulheres e LGBTQs. Neste ano a homenageada do bloco será a ganhadora do oscar Lady Gaga, com o lema “Eu nasci assim”, em referência a música “Born this way”, da cantora.
O Garotas Solteiras se define como um bloco de rua, feminista e pró-LGBT. “Levantando as causas LGBTQ e feminista, o bloco se firmou como um espaço de respeito, liberdade e representação em meio à folia belorizontina, escrevem os organizadores na página oficial.
Quando e onde: 4 de março, Segunda-feira de Carnaval, local e horário ainda não divulgados
7. Troça Carnavalesca Mista Toda Forma de Amor, Olinda (PE)
A Troça Carnavalesca Mista Toda Forma de Amor estreou no Carnaval de Olinda em 2015, com o propósito de celebrar o amor em todas as suas expressões. Inspirado na canção homônima de Lulu Santos, o bloco afirma que “veio para espalhar amor pelas ladeiras de Olinda”.
Além do desfile, o bloco realiza ações sociais ao longo do ano e conta com o apoio do grupo Mães Pela Diversidade de Pernambuco, que há 3 anos acolhe famílias LGBTs em situação de vulnerabilidade psicológica e social.
Depois de anunciar que não conseguiria fazer o cortejo neste ano, o bloco obteve o apoio para organizar o desfile. “Gente, depois do post mais triste da história da Toda Forma de Amor, algumas pessoas vieram falar comigo e vamos juntos encher as ladeiras de Olinda de amor pela 5ª vez!!! Isso é lindo, é maravilhoso ver pessoas se unindo em nome desse amor que a gente plantou a sementinha lá em 2015”, escreveu a presidente do bloco, Camila Moura.
Onde e quando: dia 4, Segunda-feira de Carnaval, 12h, Pátio do Mosteiro de São Bento, Viradouro – Olinda, PE