Ativistas comentam a importância das lutas e demandas do meio LGBT

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Comemorado nesta segunda, o Dia Nacional do Orgulho Gay lembra a história da comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros.

Verônica Sampaio

De A Tribuna On-line

A diversidade e a luta por direitos são bandeiras presentes na comunidade LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros. E para dar visibilidade ao assunto, o ‘Dia Nacional do Orgulho Gay’ é comemorado no Brasil em 25 de março.

Flavia Bianco, blogueira e palestrante na área de diversidade e inclusão, conta que a data é importante não pelo caráter comemorativo, mas pela necessidade de lembrar e refletir sobre as lutas e demandas dos LGBTs na garantia de direitos civis, combate à intolerância, luta contra os crimes de ódio (LGBTfobia), além da realização de ações de visibilidade e esclarecimento sobre a questão da diversidade.

Membra da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Santos e colaboradora na Comissão Municipal de Diversidade Sexual de Santos, Flavia relata que, nos últimos anos, foram conquistados avanços expressivos no campo dos direitos civis LGBTs. “No campo da saúde, houve a despatologização da homossexualidade e, no ano passado, da transexualidade, além da criação de ambulatórios especializados para travestis e transexuais, em algumas cidades do país”, disse a palestrante.

Mas ainda existe um detalhe que a especialista aponta como preocupante: o preconceito. “Os LGBTs em geral ainda sofrem dificuldades nos relacionamentos familiares, escolares, acadêmicos e profissionais. Quando se fala de transgêneros, travestis e transexuais, essas dificuldades acabam sendo maiores por conta da discriminação, bullying e questões envolvendo o uso e respeito a sua identidade de gênero”, relatou.

“Independentemente de nossa religião, visão familiar ou política, precisamos aprender a ser mais tolerantes com o diferente, com a opinião contrária, com o próximo. Quanto mais diversa é uma sociedade, mais rica ela se torna. E para respeitarmos, precisamos conhecer e falar sobre o tema”, finalizou.

Flavia Bianco é blogueira, palestrante na área de diversidade e inclusão, membra da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Santos e colaboradora na Comissão Municipal de Diversidade Sexual de Santos Flavia Bianco é blogueira, palestrante na área de diversidade e inclusão (Foto: Arquivo Pesssoal/ Flavia Bianco)

Para a fotógrafa Rafaela Souza Santos, de 19 anos, a data vem para mostrar as conquistas dos LGBTs na sociedade. Além de ressaltar pautas importantes para as pessoas do meio, a data ajuda na compreensão das pessoas que ‘olham de fora’, para que entendam a importância da comunidade.

Segundo Rafaela, mesmo depois de muitos anos, ainda há discriminação por meio da sociedade. Ela reforça a ideia de que a ignorância e a falta de informação contribuem para o crescimento do preconceito. “Por outro lado, redes grandes de televisão e comerciais vêm aos poucos trazendo o público LGBT para a mídia, como, por exemplo, a trajetória de uma pessoa trans, com as dificuldades, o preconceito, e a vida de casais lésbicos e gays. Desse modo, algumas pessoas passam a compreender mais”, comentou.

Rafaela revela que uma das principais lutas da comunidade é pela criminalização da homofobia e faz um pedido para a sociedade. “Seria um dos maiores avanços [a criminalização]do movimento aqui no Brasil, pois vivemos no país que mais mata LGBTs. Queremos mais oportunidade de trabalho para travestis. Queremos, também, na área da saúde, que tenha o mínimo sobre educação sexual lésbica, que falem sobre doenças transmissíveis entre mulheres, pois é assunto quase desconhecido”, finalizou.

A advogada Priscila Sanches Salviano de Oliveira conta que, apesar dos avanços, é necessário seguir adiante e continuar vigilantes com os direitos já conquistados. Segundo a vice-presidente da Comissão da Diversidade Sexual da OAB/SP, as conquistas da população LGBT até aqui, foram, dentre outras o fato de que casais do mesmo sexo podem oficializar a sua união civil e adotar filhos. E uma vez sendo segurado do INSS, os benefícios previdenciários podem alcançar o companheiro ou companheira, bem como no caso de plano de saúde aos cônjuges.

Além disso, ela ressalta a utilização do nome social em repartições públicas e na educação básica. E mais recentemente, foi concedido o direito dos transexuais poderem realizar a mudança do seu nome em cartório sem que haja a obrigação de passar por cirurgia de “adequação” sexual, ou recebido autorização judicial para tanto.

Priscila Sanches Salviano de Oliveira é advogada e vice-presidente da Comissão da Diversidade Sexual da OAB/SP (Foto: Arquivo Pessoal/ Priscila Sanches Salviano de Oliveira)

Segundo Priscila, o Estado de São Paulo foi pioneiro na legislação de combate à homofobia e transfobia, quando, no ano de 2001 passou a punir qualquer manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão LGBT. A advogada alerta para que em casos de discriminação ou preconceito, a pessoa proceda por qualquer um desses 3 meios: comparecer de forma presencial em qualquer delegacia, pelo site da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (http://www.justica.sp.gov.br/) ou via e-mail para a Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual.

“Que possamos viver dignamente, andar de mãos dadas com a pessoa que amamos sem que isso cause qualquer constrangimento alheio, que a roupa que eu vista e a forma que eu esteja me apresentando não faça a outra pessoa querer me bater ou até matar. O que falta é o exercício diário de empatia e de amor ao próximo”, finalizou a advogada, que luta pela igualdade de direitos e mais respeito à comunidade LGBT.

A Tribuna


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